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Governo do Paraná pede a universidades estaduais que expliquem excesso de gasto com pessoal em 2019

Segundo o governo, as instituições de ensino superior do Estado já gastaram R$ 20 milhões em serviços extraordinários no primeiro semestre. Os recursos destinados ao pagamento de horas extras foram especialmente a servidores que recebem salários superiores a R$ 40 mil. Deficit orçamentário seria de R$ 123 milhões. 

A Comissão de Política Salarial (CPS) do Governo do Estado pediu esclarecimentos às universidades estaduais por causa do aumento excessivo da despesa com a folha de pagamento neste ano.

A comissão afirma que no primeiro semestre, as instituições já gastaram R$ 20 milhões do dinheiro público para pagar horas extras sem qualquer anuência do comitê que é responsável pela gestão dos recursos humanos do Poder Executivo. Ainda segundo a comissão de política salarial do governo, as extras teriam sido pagas especialmente a servidores que recebem salários superiores a R$ 40 mil.

O governo através das  secretarias da Fazenda e da Administração, informa que o aumento das despesas com pessoal nas universidades estaduais em 2019 já gerou um deficit orçamentário de R$ 123 milhões em razão das várias inconformidades.

Entre os supostos problemas detectados estão remunerações acima do teto constitucional; pagamentos da gratificação de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva para agentes universitários e docentes temporários; pagamentos de serviços extraordinários sem autorização; e pagamentos de vantagens, gratificações e adicionais remuneratórios sem fundamento legal.

Em reunião realizada no último dia 18 de julho, a Comissão de Política Salarial deliberou por solicitar mais informações para cinco universidades estaduais antes da autorização de contratação de horas extraordinárias para o segundo semestre deste ano. A decisão está amparada nas leis de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2018 e 2019.

Das sete universidades públicas do Estado, duas foram autorizadas a contratar docentes para o segundo semestre, a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). As demais (Unespar, UEPG, UEM, Unioeste e UEL) tiveram os pedidos indeferidos e deverão apresentar individualmente os esclarecimentos sobre as inconformidades listadas.

META4 

O Governo do Estado também reforçou a necessidade de que todas as universidades estaduais sejam integradas ao Sistema META4, plataforma responsável pela gestão da folha salarial dos servidores que permite que toda a população saiba, através do Portal da Transparência, onde estão sendo investidos os recursos públicos. Até o momento, somente UENP e Unespar estão totalmente integradas.

Outras cinco universidades ainda não entraram no sistema. A UEPG e a Unicentro enviaram as informações requisitadas pela Secretaria de Estado da Administração e Previdência para atender ao cronograma estabelecido para o cumprimento do Acórdão n° 1525/2017 do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). De outra parte, UEL, UEM e Unioeste não enviaram até o momento os dados solicitados.

Universidades que realizaram serviço extraordinário sem autorização da CPS:

Universidades                Ensino                      Hospital Universitário                Total/IES

UEL                             R$ 1.450.869,88                R$ 4.525.656,19                    R$ 5.976.526,07

UEM                            R$ 3.084.149,21                R$ 4.434.605,51                    R$ 7.518.754,72

UEPG                           R$ 1.781.480,13                R$ 3.570,85                          R$ 1.785.050,98

Unioeste                      R$ 1.016.812,10                R$ 3.497.892,90                    R$ 4.514.705,00

Total                            R$ 7.333.311,32                 R$ 12.461.725,45                 R$ 19.795.036,77

https://www.ofatomaringa.com.br/blog/ler?link=governo-do-parana-pede-a-universidades-estaduais-que-explique-excesso-de-gasto-com-pessoal-em-2019