Por essa razão, pesquisadoras defendem que as equipes de saúde de família devem ficar atentas aos sintomas depressivos na terceira idade.
Agência Notisa – Segundo o artigo “Depressão em idosos inscritos no
Programa de Controle de hipertensão arterial e diabetes mellitus”, as
equipes da estratégia saúde da família
devem estar atentas à presença de sintomas depressivos em idosos.
Arethuza Sass e colegas da Universidade Estadual de Maringá (PR)
realizaram um estudo descritivo transversal em um município do Noroeste
do Paraná. A pesquisa foi publicada esse ano na Acta Paulista de
Enfermagem.
A hipertensão arterial e o diabete mellitus são doenças crônicas
frequentes em idosos, entretanto há diversos outros transtornos como a
depressão que afetam este grupo populacional, afirmam as autoras. Elas
informam que a “prevalência da depressão varia entre 5% a 35%,
considerando as diferentes formas e gravidade da doença, na sociedade em
geral” e, especificamente, nos idosos esta prevalência situa-se entre
2% e 14% naqueles que vivem em comunidade. Entretanto, os sintomas
depressivos podem ou não ser aparentes nos idosos, já que estudos
demonstraram que cerca de 15% a 20% dos idosos não institucionalizados
apresentam sintomas depressivos, descrevem.
“O estado de depressão está associado a diversos fatores como sexo,
escolaridade, nível socioeconômico, condições de saúde e estado
nutricional”, revelam as pesquisadoras. Para as autoras, os
profissionais de saúde devem valorizar os sinais relativos aos sintomas
depressivos no cuidado dos idosos que apresentem doenças crônicas, em
especial a hipertensão e diabete mellitus. Isto, pois, os idosos da
comunidade utilizam os serviços
de saúde de atenção básica para observar e controlar estas doenças e a
depressão tem potencial para comprometer ainda mais o quadro de saúde
destes idosos, alertam. Além disso, elas garantem que há evidências de
associação de depressão com a desnutrição, e isto, pode ser um risco
maior de hospitalização devido ao agravamento dos sintomas cardíacos.
Durante a pesquisa, as autoras observaram que, entre os idosos
entrevistados, a maioria era do sexo feminino (82%) e a prevalência dos
sintomas foi de 30%, sendo que 20% classificados com uma depressão
maior. Em relação aos sintomas depressivos, estes foram mais frequentes
nas “mulheres
(31,7%); em idosos com 80 anos e mais (33,3%); sem nenhuma escolaridade
(39,1%), que moravam sozinhos (43,7%) e aqueles com baixo peso (33,3%)
ou obesidade (32,5%)”, descrevem. As pesquisadoras advertem que é
“importante considerar e investigar a depressão na população idosa, já
que ao ser comparada à população jovem adulta, esta tende a apresentar
baixa prevalência de depressão alta”.
“Na atenção básica, é preciso a realização de ações primárias de saúde,
como a dos grupos de convivência de idosos. Por meio deste estudo,
percebeu-se o quanto é relevante não apenas realizar ações, mas também
levantar perfis nutricionais de saúde mental e socioeconômico, pois
assim presta-se uma assistência mais singular ao idoso”, informam.
Elas concluem que “diante do aumento da população idosa e da importância
do diagnóstico e tratamento da depressão na terceira idade, é
necessária a capacitação dos enfermeiros,
fisioterapeutas, nutricionistas e educadores físicos para reconhecer a
sintomatologia depressiva e, assim, fazer com que o idoso se mantenha
ativo na sociedade”.