Em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (18), os servidores técnico-administrativos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) aprovaram o indicativo de greve da categoria para o mês de agosto. A decisão ocorreu após a realização de mais uma reunião com o governo. Os servidores das demais universidades estaduais (UEM, UEL, Unicentro e UEPG) realizam assembleias nesta terça-feira (19), e também devem deliberar pelo indicativo de greve.
No encontro realizado na sexta-feira (15) em Curitiba, que reuniu representantes dos servidores e membros da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Secretaria da Administração e Previdência (Seap), novamente não existiu acordo. Pela proposta apresentada pelo governo haveria a adequação da Lei 15.050/2006, que trata da carreira dos técnico-administrativos.
A nova proposta permitiria a mobilidade na carreira e os agentes universitários seriam classificados nos níveis superior, médio e operacional. Com isso, acabaria o cargo único. Segundo Francis Guimarães, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste), a proposta apresentada não atende as expectativas dos trabalhadores.
“A questão central é que o governo propôs reestruturar a carreira, o que na prática acaba com a vida funcional dos técnicos. Eles não terão mais incentivo quando realizarem qualificação”, explica Francis. Ela afirmou que no dia 24 de abril o governo apresentou uma tabela considerada razoável pela categoria, mas nesta última reunião esta proposta foi desconsiderada e a tabela voltou a ser a prevista na lei 15.050.
“Por unanimidade determinamos o indicativo de greve para a primeira quinzena de agosto”, afirma Francis. Os servidores pedem a apresentação de uma nova tabela salarial que contemplasse os avanços. No entanto, o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal Neto afirmou que existe a necessidade de primeiramente serem estabelecidos os critérios sobre os quais os números irão se basear.
Leal ressaltou que o estado enfrenta limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e que qualquer ajuste na folha de pagamentos dos servidores pode gerar impacto. Segundo o secretário, a discussão sobre a legislação que servirá de base para a fixação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) para os servidores técnicos das universidades estaduais é complexa. “A lei que estabeleceu a carreira foi considerada inconstitucional. Portanto, não é fácil de uma hora para outra recompô-la da forma como os servidores estão imaginando”, justificou Leal Neto.
Na assembleia desta segunda-feira (18) também foi aprovada uma paralisação geral no dia 29 de junho nos cinco câmpus da Unioeste. Neste dia dirigentes de todos os sindicatos que representam os trabalhadores das universidades (Sinteoeste, Sintesu, Sinteemar, Sintespo e Assuel) estarão em Cascavel com o objetivo de preparar o calendário de paralisações nas demais instituições de ensino do Estado. Antes da deflagração da greve, que pode ocorrer no início de agosto, os servidores técnicos também farão paralisações nos dias 27, 28 e 29 de julho.