O francês Roger Chartier é um dos maiores especialistas em leitura do mundo e destaca que o hábito de ler está muito além dos livros impressos e afirmou que os governos são os principais responsáveis pela promoção de uma sociedade mais leitora.
O historiador esteve no Brasil para participar do 2º Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários, realizado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em uma entrevista à Agência Brasil, o historiador avaliou que os meios digitais ampliam muito as possibilidades de leitura, mas lembrou que, infelizmente, parte da sociedade ainda está excluída dessa realidade. “O analfabetismo pode ser o radical, o funcional ou o digital”, afirmou o historiador..
Uma pesquisa divulgada recentemente indicou que o brasileiro lê em média 4 livros por ano (a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro em abril), porém Roger Chartier levou em consideração que "o ato de ler não se trata necessariamente de ler livros. Essas pesquisas que peguntam às pessoas se elas leem livros estão sempre ignorando que a leitura é muito mais do que ler livros. Basta ver em todos os comportamentos da sociedade que a leitura é uma prática fundamental e disseminada. Isso inclui a leitura dos livros, mas muita gente diz que não lê livros e de fato está lendo objetos impressos que poderiam ser considerados [jornais, revistas, revistas em quadrinhos, entre outras publicações]. Não devemos ser pessimistas, o que se deve pensar é que a prática da leitura é mais frequente, importante e necessária do que poderia indicar uma pesquisa sobre o número de livros lidos."
http://www.nomundoenoslivros.com/2012/06/habito-de-ler-esta-alem-dos-livros-diz.html