Nesta sexta-feira (29/06), os servidores técnicos da Unioeste
(Universidade Estadual do Oeste do Paraná) voltaram a cruzar os braços
nos cinco campi da instituição. No campus de Cascavel, o Sinteoeste
(Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do
Oeste do Paraná) convocou uma reunião que contou com a presença de
representantes dos trabalhadores da UEM (Universidade Estadual de
Maringá).
Os servidores foram informados sobre as últimas reuniões entre os
sindicatos e a SETI (Secretaria de Estado Tecnologia e Ensino Superior).
“Novamente fomos para Curitiba a pedido do secretário da SETI e, como
já vem acontecendo constantemente, não nos foi apresentado nada, somente
negativas de nossas reivindicações, usando como justificativa o limite
prudencial e afirmando que não poderá ser modificado nada no plano em
relação a promoção na carreira dos servidores”, diz Gracy Bourscheid,
agente administrativa da Unioeste que participou das reuniões.
Para a servidora, apesar do Governo do Estado afirmar que a negociação
está aberta, os trabalhadores estão sendo forçados a construir o
movimento grevista. “O governo está protelando, ganhando tempo e nos
empurrando para uma greve, que infelizmente não é o que queremos, mas é o
último recurso do trabalhador”, afirma.
Almir Carvalho de Oliveira, diretor do Sinteemar (Sindicato dos
Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino de Maringá) e membro da
Fenasepe (Federação Nacional dos Servidores Públicos Estaduais), também
participou da reunião em Cascavel. Ele apresentou o panorama das
mobilizações na UEM (Universidade Estadual de Maringá). “Esse governo
não está cumprindo nada do que havia prometido, seja com os técnicos,
seja com os docentes, que ainda não tiveram sua proposta enviada para a
Assembleia Legislativa. Já estamos cansados de sermos convocados para
várias reuniões em Curitiba e nada de avanços”.
Para o dirigente sindical, a greve parece estar se materializando.
“Caso ela aconteça, será uma greve difícil, pois não estamos brigando
por melhores salários ou reajuste, estamos lutando por um plano de
carreira. Nós já apresentamos nossa proposta, agora é o governo que tem
que apresentar a dele, apresentar um projeto que corrija uma carreira
que ele mesmo engessou”, conclui.
A diretora de Comunicação do Sinteemar, Margot Jung, também afirma que o
Governo do Estado está forçando a categoria a utilizar o último recurso
do trabalhador. “Não estamos lutando por salário, estamos lutando por
melhorias de qualidade de vida e de condições de trabalho. Os servidores
das universidades públicas do Paraná precisam ser respeitados”.
A servidora da UEM expôs que o movimento de mobilização - até então
composto somente por técnicos das instituição - já ganhou o apoio dos
acadêmicos de Maringá. “Tivemos várias reuniões com os alunos que já nos
adiantaram que estão apoiando a causa dos técnicos e, se realmente
entrarmos em greve, eles também irão paralisar as aulas, independente
dos docentes aderirem a paralisação”.
Na UEM, estão programadas mobilizações nos dias 8, 9 e 10 de julho,
durante o vestibular de inverno da universidade, paralisações dos
técnicos nos dias 18 e 19 de julho, além do indicativo de greve para o
início de agosto, assim como já aprovado pelos servidores da Unioeste,
UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) e UEL (Universidade
Estadual de Londrina). A assembleia do dia 18 de junho em Cascavel
também aprovou paralisações nos cinco campi da Unioeste entre os dias 27
e 30 de julho.