Os servidores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) já deram indicativo de greve e a paralisação por tempo indeterminado deve se materializar em agosto, se não houver negociação com o Governo do Estado. Porém, além dos técnico-administrativos, os professores também retoam mobilização, não descartando a possibilidade de cruzarem os braços no início do segundo semestre.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste), Francis Guimarães Nogueira, em março finalmente os docentes e governo chegaram a um acordo quanto ao reajuste salarial. Os professores aceitaram a proposta do reajuste de 31,73% divididos em quatro parcelas anuais de 7,14%, a partir de outubro deste ano.
Porém, o projeto teria que ser enviada pra a Assembleia Legislativa até junho. “Foi prometido pelo secretário da Administração e Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani, que até o final do mês passado a proposta estaria na Casa, mas até ontem (03) não havia nada” ressalta. A sindicalista indica que o Plano de Cargo, Carreira e Salários (PCC) dos professores corre o risco agora, devido ao recesso parlamentar que inicia dia 11, de ser entregue somente em agosto, prorrogando ainda mais a votação.
Para a professora, a atitude mostra que é preciso manter a preocupação com o governo. “Não dá para confiar, porque primeiro temos um acordo, não é cumprido, depois chegamos a outro e agora eles não encaminham o projeto à Assembleia”, justifica. Francis garante que os docentes irão acompanhar este processo e caso não ocorra o prometido, haverá mobilização. “Estamos de pé levantados”, garante.
SERVIDORES
Já com relação aos servidores técnicos da universidade, a presidente do sindicato indica que nesta quinta-feira (05) haverá uma reunião na Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) onde a Secretaria da Administração e Previdência (Seap) deve apresentar uma nova proposta. “Esperamos que ocorra uma negociação”, adianta.
Segundo especifica a representante, a proposta inicial do governo além de não contemplar reivindicações discutidas ao longo de mais de um ano, retrocede ao retirar direitos já conquistados. “A contraproposta não prevê nenhuma alteração na carreira técnica, não valoriza a qualificação do servidor, retira gratificações e engessa a progressão na carreira, entre outros pontos”, salienta.
Para Francis, além de não apresentar reajuste nos salários, pois o índice de 5,1% é considerado o percentual de perda, houve ainda retrocessos. “Como na qualificação dos servidores que não teria garantia imediata. Então quando um servidor, por exemplo, faz concurso para Ensino Fundamental e depois termina o Médio, não seria elevado, como ocorre hoje”, detalha.
A sindicalista afirma que após a discussão com o governo, novamente os servidores irão se reunir para decidir as próximas ações. “Mas, esperamos que tenha sensatez e sensibilidade para que possamos discutir e chegar a um acordo”, finaliza ao reforçar que sem avanços na negociação do PCCS os trabalhadores irão preparar o movimento grevista para o mês de agosto.
OUTRAS
Outras universidades também se organizam. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão programadas mobilizações nos dias 8, 9 e 10 de julho, durante o vestibular de inverno da universidade, paralisações dos técnicos nos dias 18 e 19 de julho, além do indicativo de greve para o início de agosto, assim como já aprovado pelos servidores Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Estadual de Londrina (UEL). A assembleia do dia 18 de junho em Cascavel também aprovou paralisações nos cinco campi da Unioeste entre os dias 27 e 30 de julho.
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