Também participaram do debate o promotor de justiça Robertson Fonseca de Azevedo, ligado a Promotoria de Meio Ambiente; padre da Paróquia de Mandaguari, Zenildo Megiatto; estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM); pescadores; autoridades; e convidados.
O objetivo da reunião foi repassar as informações sobre como andam os estudos sobre a construção das barragens que estão sendo projetadas para serem construídas no Rio Ivaí.
O padre Zenildo Megiatto disse que é importante que a população fique alerta e comece a se mobilizar para evitar surpresas desagradáveis. Ele defende a tese que economicamente as obras não favorecem o município e podem causar um grande impacto ambiental.
“O
município perde um monte de terra e, consequentemente, a população,
porque o imposto sobre a energia elétrica é cobrado no consumo”,
afirmou.
Ele diz também que vários peixes que povoam o Rio Paraná utilizam o Rio Ivaí para a desova, e as barragens poderão impedir que as espécies se reproduzam. “Uma delas é o dourado”, comentou.
Robertson Azevedo defendeu que a Associação de Moradores deve mobilizar o Ministério Público da Comarca de Ivaiporã, para que ingresse com ação civil, obrigando que o processo para a instalação das barragens seja realizado com transparência. Ele entende que o Paraná contribui para a geração de energia no país e, por isso, deve preservar as terras e os mananciais. Segundo o promotor, caso as barragens sejam instaladas, poderão inviabilizar o plantio de cana de açúcar e outras culturas.
O prefeito em exercício de Lidianópolis, Celso Antonio Barbosa (Magrelo), disse que se trata de um momento de buscar conhecimento e saber em que pé estão os projetos. Ele garantiu que, se acontecer algo que possa prejudicar a colônia de pescadores de Porto Ubá, o município vai procurar interferir para que as famílias não sejam prejudicadas. “Sabemos que existem projetos e que os estudos foram realizados. Por isso, vamos continuar acompanhando com carinho essa situação”, afirmou o prefeito.
O secretário da Associação de Pescadores, Marildo de Oliveira, disse que os pescadores acompanham com atenção o processo e sabem que a construção de usinas no Rio Ivaí irá gerar grande impacto ambiental e eles serão os primeiros a serem prejudicados. “Iremos nos reunir novamente com os pescadores para saber que decisão iremos tomar, mas devemos procurar o Ministério Público para ter mais esclarecimentos sobre o que devemos fazer”, disse Marildo Oliveira.