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III Simpósio Maringaense de Gerontologia

Aconteceu, nos dias 8, 9 e 10 de novembro, o III Simpósio Maringaense de Gerontologia e I Simpósio Paranaense de Gerontologia, no Anfiteatro do Nupélia, na Universidade Estadual de Maringá (UEM). O evento foi organizado pela Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI) em parceria com o SESC/Maringá.
Na solenidade de abertura, a Prof.ª Dra. e coordenadora do UNATI/UEM, Regina Taam ressaltou o objetivo do Simpósio, que é a promoção de condições para uma vida digna aos idosos, por meio de palestras, discussões e acesso ao conhecimento.  O diretor do SESC Maringá, Antonio Vieira, iniciou sua fala destacando a alegria da entidade em fazer parceria com a UEM e lembrou o privilégio de ter recebido Zilda Arns em sua última visita a Maringá. Relembrou que o SESC, em sua trajetória e história, tem comprometimento com os idosos. Ressaltou sua satisfação de ver o evento dessa envergadura e com personalidades importantes trazendo mensagens atualizadas. Para ele, a sociedade deve ser comprometida com as pessoas que a compõem e ser cada vez mais justa e generosa. Para encerrar a cerimônia de abertura, o então Reitor da UEM, Julio Santiago Prates Filho, mencionou que a filosofia da Universidade é a formação integral do individuo em todas as fases da vida e que os idosos, inseridos ao ambiente acadêmico pela UNATI, proporcionam calma, esteio e experiência aos jovens universitários, o reitor, mencionou ainda que a UEM tem como projeto, em parceria como o governo do Estado e Secretarias Municipais, a idealização do Centro de Referência em Envelhecimento.
A primeira palestra do Simpósio, intitulada Oportunidades para o Idoso: uma questão de direitos foi presidida pelo Dr. José Antonio Peres Gediel, que explanou  a respeito das dificuldades encontradas para implantação de políticas públicas voltadas à 3º idade. Dificuldades oriundas de um forte interesse econômico que busca cessar  os direitos adquiridos pelos idosos a fim de implantar e/ou fortalecer  a previdência privada e a securitização. Como solução, Gediel   sugeriu uma mobilização coletiva e interdisciplinar a fim de se elaborar direitos, implantá-los e cuidar para não serem violados.
A segunda palestra do dia foi proferida pela Dra. Ana Amélia Camarano e prof. Dr. Renato Veras, na qual discutiram a respeito das “boas e más noticias do envelhecer hoje”, enfatizando que a esperança de vida populacional aumentou e se apresenta uma queda da fecundidade, além disso, ocorre o envelhecimento pelo topo, que significa a queda da mortalidade nas idades avançadas. Ainda a sociedade apresenta visões estereotipadas com relação ao idoso, as quais se denominam nova e negativa. Na visão Nova (melhor idade) ocorre um “empoderamento” das pessoas idosas provendo dualidade entre envelhecimento bem sucedido versus mal sucedido. Já a visão negativa tem o idoso como uma pessoa incapaz. Para a solução deste problema, orientam que se faz necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre as visões negativa e nova. Para concluir informaram que ocorreu uma redução das doenças agudas e ampliação das doenças crônicas, no entanto os modelos de cuidado não evoluíram, para reversão deste quadro se faz necessário a discussão de modelos resolutivos e assumir a deficiência dos atuais.
Já no segundo dia do evento, a Dra. Nezilour Lobato Rodrigues, Presidente da Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria (SBGG), explanou a respeito das conquistas e avanços científicos no campo da geriatria, dando ênfase as conquistas jurídicas, como a proibição das práticas anti-aging (CFM 29/12); a criação do Testamento Vital, que se trata de um documento de antecipação da vontade (resolução 1995 do CFM), o qual registra o desejo expresso do paciente em documento o qual permitirá que a equipe médica que o atende tenha o suporte técnico para cumprir essa orientação; a regulamentação da profissão do cuidados do idoso; a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), que se trata de uma avaliação informatizada que mostra quais as morbidades do idoso e quais medicamentos faz uso, com o objetivo de acompanhar e cuidar em longo prazo.
Por fim, o prof. Dr. Claudio Stieltjes presidiu a mesa redonda – Filosofando sobre a velhice, na qual apresentou os pensadores que publicaram a respeito do processo de envelhecimento.
No terceiro e último dia do Simpósio, os alunos de graduação e pós-graduação da UEM apresentaram trabalhos científicos de diversos temas relacionados aos idosos.

http://www.maringaprevidencia.com.br/site/noticia/170