A Universidade Estadual de Maringá (UEM) inaugurou quarta-feira (5) o
Laboratório de Melhoramento Genético de Bicho-da-Seda. O novo espaço tem
cerca de 290 metros quadrados e abriga instalações especiais de manejo e
pesquisa. A obra foi construída com recursos do Fundo Paraná,
gerenciado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e
custou R$ 324 mil.
A professora Maria Aparecida Fernandez, que coordena essas pesquisas,
disse que o novo laboratório vai possibilitar a ampliação de estudos
científicos e a formação de novos pesquisadores, que se concentram em
espécies mais resistentes e produtivas. De acordo com a professora, as
pesquisas são desenvolvidas desde 2005, quando foram impulsionadas pela
parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial.
“Em 2006, firmamos o nosso primeiro projeto com a Unidade Gestora do
Fundo Paraná (UGF), em parceria com a Universidade do Oeste do Paraná
(Unioeste) e a Prefeitura de Nova Esperança”, relembra a professora. O
banco de germoplasma do bicho-da-seda da UEM, inicialmente estabelecido
pela doação da Cocamar, também recebeu considerável incremento de raças
origens da Fujimura do Brasil.
A análise de características genéticas relacionadas com a produtividade e
a resistência das matrizes do banco de germoplasma ao baculovírus
BmMNPV (causador da doença denominada amarelidão no campo) identificou
matrizes altamente resistentes e produtivas. Foram feitas cartilhas do
ciclo de vida do Bombyx mori, além da participação ativa na Câmara
Técnica do Complexo da Seda do Estado do Paraná.
O desenvolvimento desses e de outros projetos também permitiu a
visibilidade do setor e a inclusão de famílias em atividade artesanal
relacionada com a cadeia produtiva da seda.
TECNOLOGIA - Maria Aparecida acredita que seu grupo de cientistas está
perto de produzir um híbrido rústico do bicho-da-seda, criado a partir
de diversos cruzamentos, o que irá garantir melhores resultados na
cadeia produtiva de fiações artesanais em Nova Esperança. “Um dos nossos
compromissos é transferir as melhorias genéticas para os produtores no
campo. Os pequenos produtores dependem cada vez mais de novas
tecnologias”, afirma a professora.
Ela também salienta que muitos projetos são desenvolvidos em cooperação
com os pesquisadores Rose Meire Costa Brancalhão, Lucinéia de Fátima
Chasco Ribeiro e José Luis da Conceição Silva da Unioeste. Também foi
estabelecido convenio internacional com a empresa Seda Y Fibras do
Paraguai e Universidad Nacional de Misiones na Argentina.
“Nesse período, tivemos o apoio da Capes e do CNPq para diversos
projetos, o que permitiu a consolidação de nosso grupo de pesquisa na
UEM com a participação das pós-doutorandas Roxelle Ethienne Ferreira
Munhoz e Thaís Souto Bignotto”, afirma Maria Aparecida.
A solenidade de inauguração do laboratório teve a presença do secretário
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, e do assessor de
Planejamento do Ensino Superior da secretaria, Décio Sperandio.
UEM inaugura laboratório para melhoramento genético do bicho-da-seda
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