“O caminho a percorrer para o fortalecimento da pós-graduação no Paraná
depende de muito trabalho e aporte de recursos para novas pesquisas e
formação de recursos humanos”, afirmou o diretor de avaliação da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes),
Lívio Amaral. Ele é um dos convidados do 1º Seminário sobre a Avaliação
da Pós-Graduação no Paraná, evento aberto no início da manhã desta
quarta-feira (29), no campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Amaral falou diante de um auditório lotado, com mais de 200
pesquisadores, entre eles reitores e pró-reitores de pós-graduação das
diferentes instituições de ensino superior do Paraná, além de
representantes de agências de fomento e autoridades na área.
A proposta do evento, que segue durante todo o dia, é debater, em
conjunto, a atual realidade da pós-graduação no Estado. O diretor da
Capes foi convidado para ajudar a pensar e a compreender o sistema de
pós-graduação no Brasil, com foco especial no Paraná.
Nesse sentido, ele apresentou dados que constam no recém-publicado Plano
Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020, que tem como objetivo
definir novas estratégias e metas para definição de propostas para
política de pós-graduação e pesquisa no Brasil. Segundo o diretor da
Capes, a expectativa é de que na próxima década, quando o plano estiver
em vigor, o país esteja entre os dez maiores produtores de ciência no
mundo.
As assimetrias regionais da pós-graduação, que também são tema do plano,
estiveram presentes nos discursos de abertura do seminário. O
pró-reitor de Pesquisa e de Pós-Graduação da UEM, Mauro Ravagnani,
salientou que é necessário tomar atitudes para elevar os programas de
mestrado e doutorado a patamares melhores dos registrados hoje.
Segundo ele, um Estado que se orgulha em ocupar o lugar de quinta maior
economia do país deveria ter a correspondência linear em um setor tão
importante quanto a pesquisa, que pode inclusive alavancar a própria
economia e a qualidade de vida de todos os segmentos da população. “Não
se trata de achar culpados, mas assumir a proposição do que precisa ser
feito”, explicou Ravagnani.
Falando sobre a importância da pós-graduação na formação de recursos
humanos e no desenvolvimento local, o reitor da UEM, Júlio Santiago
Prates Filho, frisou que “não existe inovação sem conhecimento”. E
lembrou que o Paraná tem uma estrutura diferenciada, na qual as
universidades estaduais têm maior potencial científico do que as
federais já que são em maior número.
A coordenadora de Ciência e Tecnologia da Secretaria da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, Sueli Rufini, também destacou o sistema
strictu sensu do Paraná, que hoje está estruturado fortemente na rede
estadual de ensino superior, que representa mais de 50% em toda a
demanda, incluindo alunos, professores e número de bolsas.
“A qualidade da pós-graduação no Paraná conta muito com o esforço e a
estrutura das IES estaduais”, afirmou ela, apontando que os cursos
strictu sensu (mestrado e doutorado) precisam de mais recursos para
avançar nas avaliações da Capes. Sueli Rufini, que representou o
secretário da Seti, Alípio Leal, elogiou a iniciativa do evento e disse
que é um marco na discussão de estratégias para melhoria do sistema, que
ainda apresenta muitas carências, incluindo em termos de
infraestrutura.
O presidente da Apiesp (Associação Paranaenses das Instituições de
Ensino Superior Público), Aldo Nelson Bona, também enalteceu a
iniciativa de se discutir a pós-graduação de forma conjunta, destacando
que, hoje, o Paraná vive um momento favorável, com muitos setores
trabalhando cada vez mais em sinergia. Fazendo referência a presença do
diretor Lívio Amaral, Aldo Bona destacou a importância de debater os
rumos da pós-graduação no Paraná em sintonia com a Capes, que é a
entidade que a avalia e ao mesmo tempo financia os programas.
Até o final do evento será traçado um raio-x sobre o sistema da
pós-graduação paranaense com apresentação dos pró-reitores de todas as
universidades estaduais.
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