Os médicos de todo o País realizam hoje o Dia
Nacional de Mobilização contra a importação de médicos formados fora do
Brasil sem a revalidação do diploma.
Mas está é apenas uma das reivindicações dos profissionais, que também
pedem pela criação de carreira de estado para médicos, remuneração de
forma justa aos profissionais, melhor financiamento para a saúde;
melhoria nas estruturas de atendimento à população; etc.
Em Maringá, estudantes de medicina e médicos prometem cobrar seus
direitos durante a tarde de hoje. De acordo com o estudante da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Guilherme Lopes Poncetti, é
preciso esclarecer os pedidos da categoria para que não aconteçam
interpretações erradas.
“Sobre a vinda dos médicos estrangeiros, primeiramente não somos contra.
Porém, eles deveriam ser avaliados profissionalmente. Os médicos devem
ter uma fiscalização sobre o trabalho deles para que não traguem riscos a
população. Essa medida de importação de médico visa muito mais uma
vitrine para o governo, do que uma solução para os brasileiros”, disse
Poncetti.
Ainda segundo ele, isso não acarreta benefício para a saúde, uma vez que
é preciso investimento na saúde. Para a categoria, isso pode mascarar
uma reforma e atrasar a real solução para o problema. Até porque não
faltam só médicos, faltam dentistas, enfermeiras, ortopedistas, entre
outros profissionais.
Outro ponto de reivindicação é sobre o Ato Médico, que é a
regulamentação da profissão de medicina. O documento foi reescrito para
que todos entendam claramente o significado. O Ato regulamenta a
profissão no sentido de estabelecer algumas situações que o médico deve
agir. Durante onze anos de discussão, muitos pegaram partes isoladas do
Ato e acabaram distorcendo algumas particularidades.
“Esse documento serve também para que seja resguardado a profissão de
biólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogo, nutricionista e tantos outros.
Ele mantém as competências das outras profissões, mas esclarece o que é
dever do médico, em específico.
CARREIRA
A luta de praticamente todas as classes da saúde, segundo Poncetti, é para um plano de carreira dígno.
“Na medicina, o médico que entrou por um concurso há 20 anos, tem o
mesmo reconhecimento que um médico que acabou de começar a trabalhar. Se
tivéssemos um plano de carreira, da mesma forma que existe para outros
profissionais, nós teríamos um atrativo maior, um estimulo ainda
melhor”, discursou.
Segundo a Sociedade Médica, depois do movimento de hoje, os membros irão
se reunir periodicamente, de forma oficial. O objetivo é tirar do
profissional a culpa pela má administração da saúde, que é feita pelos
governantes.
“As entidades médicas nacionais não irão parar completamente, será uma
mobilização. Iremos mostrar para a população os problemas enfrentados e
as soluções que estamos buscando. Em Maringá nenhuma entidade vai parar
de funcionar, em todo o Brasil os atendimentos de urgência e emergência
continuam”, esclareceu.
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