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Encontro de cooperados da Coamo destacou o manejo do solo; fotos


Nesse ano no Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental Coamo foi dado enfoque especial ao manejo do solo. Uma das estações tratou do assunto com os temas calagem e gessagem. O coordenador da estação, Luiz Cláudio Martim, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Campo Mourão, diz que o objetivo foi levar informações para que o cooperado possa compreender a evolução do solo na região focando-se na correção em cima da calagem e gessagem.
Segundo Martim, o estudo da calagem e gessagem tem várias vertentes de pesquisa, pois uma região é diferente da outra. “Entendemos que todas as linhas de estudo tem seus princípios, pois as vezes os pesquisadores desenvolveram para determinada região. Então, a Coamo congrega essas linhas de pesquisa, une todas nesse dia de campo, desenvolve os trabalhos na fazenda experimental e consegue no decorrer dos anos atingir a melhor maneira, com recomendação precisa para o cooperado”, esclarece.
O processo de calagem e gessagem começa com a análise de solo que, segundo o agrônomo, deve ser muito bem feita. “Nós temos o programa de Agricultura de Precisão que faz um raio-x do solo. A preocupação é agregar qualidade no processo para que o produtor tenha bons resultados”, considera Martim.
Luiz Cláudio ainda lembra a importância de trabalhos como este, onde a Fazenda Experimental contribuiu para o cenário agrícola do Brasil. “Muitos trabalhos que foram desenvolvidos aqui e beneficiaram nossos cooperados, extrapolaram as fronteiras da Coamo se tornando referência no contexto nacional. Há muita pesquisa que realizamos aqui dentro e que cria uma base, uma referência no país.”

Testemunha da evolução

O objetivo da estação sobre fosfatagem e museu do solo, que teve destaque no Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental Coamo, foi o de mostrar aos cooperados a evolução da agricultura nos últimos anos. De acordo com o engenheiro agrônomo, Alex Fernandes Carlis, supervisor da Gerência de Assistência Técnica da Coamo e coordenador da estação, as atividades agrícolas necessitam de conhecimento que começa justamente pelo solo.
Foram apresentados dados e um pouco da história do solo na região de Campo Mourão que se remete aos anos 70, quando era conhecida pelos “3 S” – sapê, saúva e samambaia. “Preservamos aqui na Fazenda Experimental uma parcela do que era o solo naquela época. Quando olhamos as lavouras ao redor é visível a diferença. Devido aos investimentos realizados e ao uso de novas tecnologias a fertilidade do solo melhorou e muito, e prova disso são as produtividades que os cooperados de todas as regiões da Coamo vem alcançando”, pondera.
Segundo o agrônomo, há uma tendência em se esquecer o que passou e dos trabalhos realizados para melhorar a condição do solo, porém é importante mostrar e comparar com o que se tem hoje. “Tínhamos um solo de pouca fertilidade e uma vegetação pobre, e olha no que transformou! Isso mostra a importância de continuar investindo para a manutenção da fertilidade”, destaca Carlis. Ele acrescenta que na parcela preservada originalmente as condições do solo pioraram ainda mais. “Sem os tratos culturais necessários o solo empobreceu novamente e não é isso o que queremos”, frisa.
O agrônomo revela ainda que um novo experimento iniciado em 2012 está sendo trabalhado na Fazenda Experimental e que seguirá até 2017 com o objetivo de responder dúvidas principalmente em relação a fosfotagem do solo. “A agricultura moderna é dinâmica e precisamos pensar nas demandas existentes e nas que possivelmente poderão surgir. A evolução foi graças a um conjunto de ações da pesquisa, da assistência técnica e da adoção dos cooperados.”
O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Marcelo Augusto Batista, observa que o ‘museu do solo’, mostra claramente que sem a utilização da calagem e fosfatagem não seria possível atingir as produtividades atuais. “Hoje são áreas muito férteis e de altíssima tecnologia. Não podemos deixar de olhar para trás para comprovar que a não utilização de tecnologias adequadas podem comprometer as produtividades. O importante é que cada produtor conheça o seu solo e que faça as correções necessárias”, diz.

MELHORANDO O SOLO

O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Antonio Carlos Saraiva da Costa, também esteve no Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental Coamo para levar orientações atuais sobre a Calagem e a Gessagem, aos cooperados. Segundo Costa, essas práticas são duas das principais, que compreendem o processo inicial do preparo da terra. “A calagem, busca corrigir o solo em cerca de 20 centímetros da superfície. È importante saber disso, pois se o agricultor pretende obter altas produtividades, precisa corrigir o solo em profundidade e para isso é necessário utilizar o gesso. É nesse momento que entra a Gessagem , pois o calcário não consegue corrigir o solo em profundidade”, orienta.
Ao fazer um resgate histórico o professor recorda que o solo original, após a derrubada da mata, por alguns anos, se conseguia produzir, mesmo sem adubação ou calagem. “Havia um reservatório de nutrientes associados à matéria orgânica da própria mata. Porém, após certo tempo, esse reservatório se esgotou e houveram quedas sensíveis na capacidade de produção. A própria área do museu do solo da Coamo mostra isso. Então, agora, há a necessidade da aplicação de adubos e além disso, é necessário corrigir o solo. Por este motivo, é preciso sempre fazer calagem e depois que se corrigiu em superfície, passa-se a pensar num solo mais profundo, para grandes produtividades. Essa área de exploração mais profunda só ocorrerá com a aplicação de gesso”, esclarece Costa.

http://www.crn1.com.br/noticias/32844/Encontro_de_cooperados_da_Coamo_destacou_o_manejo_do_solo_fotos.html