A administração municipal realiza amanhã (07/02), às 08h30 no
auditório Hélio Moreira, mais uma audiência “pública” com o objetivo de
promover alterações no Plano Diretor de Maringá. Entre aspas
porque no jeito pepista de governar as instâncias democráticas são meras
formalidades. Tudo é ajeitado de forma que os desejos dos mandatários
locais e seus brothers prevaleçam. Uma parte dos 515 cargos de confiança
recém-contratados pela Prefeitura (cabos eleitorais pagos com dinheiro
público) estarão lá, em horário de serviço, para votar a favor do chefe e
sua turma.
Um dos assuntos abordados será o da transposição da UEM. A proposta de alteração da Lei 886/2011 sobre Diretrizes Viárias corta a UEM com prolongamento de vias em três pontos:
1) nas avenidas Duque de Caxias/Lauro Werneck;
2) na avenida Herval/Demétrio Ribeiro;
3) e entre o Hospital Universitário e a área da Agronomia, com prolongamento da Rua Ametista.
Se aprovado o projeto, parte da universidade será rasgada e algumas
edificações da UEM demolidas. Haverá transtorno no campus com as obras e
posteriormente com o fluxo intensificado de veículos. Assistir aulas e
desenvolver pesquisas em um ambiente tumultuado não deve ser muito
legal.
Francamente, o projeto é um delírio. Não resolve o problema do
trânsito de Maringá. Ao contrário, a construção de novas vias incentiva
ainda mais o transporte individual. A solução para a diminuição dos
congestionamentos está na melhora do transporte público e condições
adequadas para a utilização de meios alternativos (a bike, por exemplo),
tal como acontece nas grandes metrópoles estrangeiras. No Brasil,
infelizmente, carro representa status e busão é coisa de pobre.
Sociedade desenvolvida é aquela em que o rico pode se dar ao luxo de
deixar o carro na garagem porque o ônibus urbano é de qualidade.
Representantes da UEM e outras entidades organizadas confirmaram
presença na audiência para rejeitar o projeto. O cidadão maringaense de
bom senso tem que fazer o mesmo. Maringá não precisa de avenidas
cortando um dos seus maiores patrimônios: a universidade pública.
Em defesa da Educação, da autonomia universitária e contra os
interesses obscuros que rondam a obra malufônica – como tudo que envolve
o conglomerado Barros – participe dessa luta. Quem puder vá ao Hélio
Moreira e mostre aos que se consideram donos de Maringá que ainda existe
vida inteligente por aqui.
http://maringamaringa.wordpress.com/2013/02/06/o-fantastico-tunel-da-uem/