Sem estrutura para atender pacientes, não há previsão de funcionamento; governo diz que inauguração é importante para que direção do hospital possa transferir leitos.
O Governo do Paraná inaugurou, na noite de quinta-feira (27), uma nova ala no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no norte do estado.
O local, entretanto, não possui os equipamentos necessários para funcionar e não tem funcionários. Sem estrutura para atender aos pacientes não há previsão para o início dos trabalhos na ala inaugurada.
O Secretário Estadual de Saúde, Antônio Carlos Nardi, participou da inauguração e disse que a equipe do próximo governo estadual terá que "dar preferência para o Hospital Universitário de Maringá, uma vez que a obra, que é o mais demorado e mais difícil, está apta a atender a população".
Obra e indicativo de interdição
Iniciada em 2016, a ala custou, segundo o governo do estado, R$ 18,6 milhões. O espaço tem capacidade para 108 leitos, mas o superintendente do hospital, Vicente Kira, disse que, sem funcionários e sem equipamentos, a ala não tem utilidade.
"Só vai poder funcionar quando tiver recursos humanos suficientes para funcionar. Por enquanto, mal estamos conseguindo trabalhar com o que temos. Só o espaço físico não é suficiente", disse.
A ala foi inaugurada uma semana depois que o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) anunciou um indicativo de interdição ética no Pronto Socorro do hospital. O aviso de interdição teve como motivo principal a falta de médicos e de enfermeiros.
No indicativo, o CRM deu prazo de 120 dias, ou seja, até março de 2019, para que o HU contrate mais funcionários e regularize a situação.
Durante a inauguração, na quinta-feira, houve protesto de servidores estaduais em frente ao hospital, pedindo a contratação de mais profissionais.
O que diz o governo
O governo informou que a entrega das obras era necessária para melhorar e ampliar o espaço físico do HU da UEM, "seguindo a recomendação da auditoria do CRM, que apontou inadequação física no local onde hoje estão sendo atendidos os pacientes".
Ainda conforme o governo, a nova estrutura permite que a direção do hospital defina medidas de gestão para transferir leitos e equipamentos para espaços mais adequados aos pacientes e aos servidores.
Por fim, o Governo do Paraná afirmou que a legislação eleitoral e de responsabilidade fiscal impediram as contratações de funcionários, para atuarem no local, neste momento.