uem-na-midia
    24-04-2023
    Nos laboratórios e salas de aula da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está em concepção um projeto que vai atingir as cinco regiões brasileiras e pretende ampliar o número de mulheres que fazem exames para identificar o câncer de colo de útero.

    Coordenada pela professora Márcia Consolaro, a ação terá a participação de outras quatro universidades e instituições públicas brasileiras para promover a autocoleta para HPV – o vírus que causa a doença – em mulheres que não aderem ao exame papanicolau. O trabalho da UEM é mais um exemplo da série Paraná, o Brasil que dá Certo, produzida pela Agência Estadual de Notícias.

    Chamado de “Autocoleta e teste de HPV em mulheres não rastreadas para o câncer cervical: estudo multicêntrico de viabilidade no Brasil”, o projeto aguarda apenas a liberação de recursos do Ministério da Saúde para iniciar o trabalho com mulheres de Maringá, Ouro Preto (MG), Natal (RN), Goiânia (GO) e Manaus (AM), dentro da área de atuação das instituições.

    Além da UEM, também participam as universidades federais de Ouro Preto (UFOP), no Sudeste; do Rio Grande do Norte (UFRN), no Nordeste; de Goiás (UFG), no Centro-Oeste; e a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (Cecon), no Norte.

    O projeto será feito por mulheres e para mulheres. Com exceção de um bolsista, toda a equipe da UEM liderada por Márcia é feminina, assim como a coordenação das demais instituições. Um dos pilares é a formação de agentes comunitárias de saúde, todas mulheres, que farão a busca ativa daquelas que não procuram as unidades de saúde para fazer o preventivo.

    “A ideia é ter estratégias que foquem não no exame, mas sim naquela mulher que não adere ao que é oferecido como modalidade nacional. Temos que fazer dessa mulher uma agente da própria saúde, e é isso que a autocoleta oferece. Isso pode gerar benefícios como uma cultura de prevenção em várias outras áreas da saúde”, explica Márcia.

    Ela é farmacêutica-bioquímica formada pela UEM e professora da instituição há 27 anos, lecionando atualmente nos cursos de graduação de Farmácia e Biomedicina e no programa de pós-graduação de Biociência e Fisiopatologia.

    Uma das bolsistas do projeto é a biomédica Maria Vitória de Souza, que destaca a importância de fazer com que o trabalho de pesquisa universitária chegue a essas mulheres.

    “Com ele, conseguimos levar a ciência para além do muro da universidade. Como mulher e pesquisadora, é muito gratificante participar de um projeto que pode fazer com que outras mulheres não cheguem a um estágio avançado de câncer”, afirma.

    EXPANSÃO
    A iniciativa é uma expansão de outro projeto comandado por Márcia entre 2014 e 2016 em Maringá, fruto de uma parceria internacional entre a UEM, a Universidade do Alabama em Birminghan e a Faculdade de Medicina Albert Einstein (Albert Einstein College of Medicine), ambos dos Estados Unidos. A pesquisa também contou com a participação do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

    Além disso, outro estudo do grupo, relacionado a infecções de HPV em mulheres HIV positivo, foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde estadunidense, o National Institutes of Health.

    O edital da Universidade do Alabama selecionou 19 projetos na época, sendo que o único voltado ao câncer de colo de útero foi o da universidade paranaense. A estratégia focou em pacientes que não são alcançadas pelas abordagens tradicionais para prevenção do câncer de colo uterino.

    O motivo deste foco é que existem várias barreiras que impedem a adesão ao papanicolau, seja porque a mulher não sente necessidade, não tem sintomas, por falta de comunicação ou recomendação médica, ou mesmo por questões morais, por ela se sentir constrangida ou não ter autorização do marido.

    A autocoleta quebra esses obstáculos porque pode ser feita pela própria mulher em sua casa, de maneira parecida com os autoexames de Covid-19 que são vendidos em farmácias. É utilizado um teste molecular, que detecta o DNA do vírus e tem mais eficácia que o papanicolau, que analisa as células coletadas.

    “A autocoleta não tem barreira religiosa, não precisa ficar horas na fila da unidade de saúde. É uma estratégia focada na mulher”, explica Márcia.

    Para chegar até essas pacientes, os pesquisadores fizeram treinamentos com agentes comunitárias de três unidades de saúde de Maringá, para elas entenderem o que era o câncer de colo uterino e como seria feita a abordagem às mulheres que nunca fizeram ou estavam há quatro anos ou mais sem fazer o papanicolau. As agentes, por sua vez, faziam uma busca ativa das pacientes, indo até suas casas para conversar e oferecer o exame.

    A ideia do estudo era avaliar se a autocoleta era viável, ou seja, se as mulheres iriam aderir à iniciativa. Para isso, cada unidade de saúde que participou do projeto teve uma abordagem. Na UBS Quebec, era feito o agendamento do papanicolau, na UBS Alvorada a autocoleta e na UBS Pinheiros as mulheres poderiam escolher qual teste preferiam fazer.

    Foram selecionadas 483 mulheres com idade entre 25 e 64 anos, conforme prevê as diretrizes do Ministério da Saúde para rastreio do câncer de colo de útero.

    “As agentes iam até as casas e já ofereciam os testes. Já na primeira visita, 100% das 161 mulheres do grupo de autocoleta aceitaram e fizeram o teste em casa, enquanto pouco mais de 80% do grupo do papanicolau aceitaram fazer o exame. No grupo de livre escolha, 99% preferiram a autocoleta”, conta a professora.

    PROJETO MULTICÊNTRICO
    Com o resultado da primeira pesquisa, o projeto multicêntrico será realizado em duas unidades de saúde por cidade, com a oferta da autocoleta e do papanicolau, sem a opção de livre escolha. A ideia é avaliar se nas outras regiões a aceitabilidade das mulheres pela autocoleta também será alta.

    “Conseguimos excelentes resultados com o primeiro projeto, com as mulheres aceitando muito bem a autocoleta. É isso que queremos replicar nessa experiência nacional”, destaca Vania Sela da Silva, professora de Citologia Clínica da UEM e co-coordenadora do projeto.

    “É muito gratificante, enquanto pesquisadora, contribuir com esses resultados. Esperamos que nas outras regiões do Brasil eles se confirmem e que a aceitabilidade e a eficácia da autocoleta sejam grandes”, afirma.

    Os mesmos critérios anteriores de faixa etária, busca ativa de pacientes e treinamento das agentes comunitárias de saúde serão utilizados na pesquisa nacional.

    “Não vamos apenas detectar a presença do vírus, mas avaliar qual seria o melhor modelo para atender as mulheres HPV positivo, fazer estudos de custo-efetividade de cada exame. Será um estudo bastante completo”, salienta Márcia.

    Segundo ela, a proposta do Ministério da Saúde é replicar o modelo em todo o País a partir do resultado desse estudo. “Não queremos substituir o papanicolau no Brasil. A nossa proposta é atingir aquelas mulheres que o sistema identifica como as que não aderem ao preventivo, para quem a autocoleta seria importante”, explica.

    No mês passado, a pasta lançou uma nova estratégia para o controle e eliminação do câncer de colo do útero. Além do foco na redução de casos e na prevenção, como a vacinação, a iniciativa também prevê a inclusão do teste molecular para detecção do HPV no Sistema Único de Saúde (SUS).

    Com a experiência de quase 30 anos atuando na área, Márcia Consolaro foi uma das responsáveis pela elaboração de parte do projeto-piloto, que será desenvolvido em Recife, com a perspectiva de ser expandido para o estado de Pernambuco e depois para todo o Brasil.

    “O Paraná tem uma participação fundamental neste projeto a partir do desenvolvimento dos testes moleculares, de mudar a forma de testagem, à semelhança do que está sendo preconizado pela Organização Mundial da Saúde”, afirma a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

    “Nós falamos da eliminação do câncer de colo de útero como problema de saúde pública, porque é uma doença prevenível. Estamos integrando várias áreas que estão desenvolvendo esse método no País em um grande esforço para evitar a morte prematura de mulheres. Por isso, reforço a importância do sistema de ciência e tecnologia do Paraná nesse processo”, destaca a ministra.

    DOENÇA
    Da família dos Papilomavírus Humano (HPV), cerca de 40 são genitais, mas nem todos causam doenças. São os chamados HPV de alto risco, ou do tipo oncológico, os que merecem atenção e são responsáveis por pelo menos 5% de todos os cânceres mundiais

    Praticamente todos os casos de câncer cervical, como também é conhecido o câncer de colo de útero, são causados pelo vírus, assim como 84% dos cânceres de ânus, 70% dos de vagina, 40% dos de vulva e 19% dos de orofaringe (que se desenvolve na parte da garganta que fica logo atrás da boca).

    O de colo uterino é o quarto tipo de câncer feminino mais prevalente no mundo, com 604 mil novos casos e 342 mil mortes estimadas em 2020.

    No Brasil, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a terceira causa de morte de mulheres por câncer. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram 16.590 novos casos em 2020, com 6.627 mortes por causa da doença.

    Os exames preventivos podem detectar os estágios pré-cancerosos, pois a doença pode levar até 15 anos para se manifestar após a infecção com HPV.

    “É por isso que se faz a prevenção, não é para detectar o câncer já instalado, mas esses estágios iniciais, que se tratados curam 100% a mulher. Ele é um câncer prevenível”, afirma Márcia. “Um terço das mulheres que são diagnosticadas acabam morrendo, porque há um problema de saúde pública para chegar até elas. É isso que queremos reverter”.

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    25-04-2023
    A Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) divulgou o edital para processos especiais de ingresso para o ano letivo de 2023 na instituição. As vagas são para transferência interna e externa, portadores de diploma e reingresso. Há mais de 3 mil vagas remanescentes para 80 cursos diferentes.

    As inscrições devem ser feitas pela internet, até o dia 7 de maio. O resultado sai no dia 5 de junho.

    A UEM permitirá participar do processo de ingresso nos cursos de graduação somente a partir da 2ª série, na existência de vagas, cujos pedidos serão analisados pela coordenação do curso, obedecidas às normas da Resolução nº 012-2021-CEP.

    Para ler a matéria completa no Portal GMC Online, parceiro da Banda B, clique aqui.

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    30-08-2023
    A Universidade Estadual de Maringá (UEM), realizará um concurso público para contratação de professores. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 30.

    Ao todo serão oferecidas 39 vagas distribuídas nos seguintes centros: Centro de Ciências Agrárias (CCA) – Edital Nº 185/2023-PRH; Centro de Ciências Biológicas (CCB) – Edital Nº 186/2023-PRH e Centro de Ciências Exatas (CCE) – Edital Nº 187/2023-PRH.

    As inscrições deverão ser feitas de 2 a 31 de outubro, neste site, por meio do link do formulário de inscrição. Será necessário apresentar arquivo digital do currículo da Plataforma Lattes contendo os arquivos solicitados no edital.

    Para ler a matéria completa no Portal GMC Online, parceiro da Banda B, clique aqui.

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    21-02-2022
    A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a que tem o maior número de vagas no estado


    O Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece oportunidades em universidades públicas brasileiras, divulga nesta terça-feira (22) os resultados da chamada regular.

    No Paraná, são 10.206 vagas em sete universidades em 35 cidades.

    As inscrições foram realizada, entre 15 de 18 de fevereiro, por quem prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e não tirou zero na redação.

    O resultado ficará disponível no boletim do candidato, acessado por meio do site do programa. Após a divulgação, os aprovados terão entre os dias 23 de fevereiro e 8 de março para a matrícula.

    O candidato que não foi selecionado para nenhuma das suas opções de curso pode manifestar interesse para integrar a lista de espera.

    Com abstenção de 30%, tema de redação do vestibular da UFPR teve texto de parceiro da Banda B
    Vagas do Sisu em universidades paranaenses
    A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a que tem o maior número de vagas no estado. São 4.392 em 110 cursos de graduação.

    Na sequência está a Universidade Federal do Paraná (UFPR) com 2.024 vagas em 110 cursos.

    Entre as instituições de ensino estaduais a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) lidera o número de vagas. São 1.520 vagas em 68 cursos, sendo 759 para ampla concorrência e as demais destinadas à lei de cotas sociais e raciais.

    A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem 625 vagas em 52 cursos de graduação. Destas, 583 destinadas à ampla concorrência.

    Haitiana é vítima de injúria racial em terminal de Curitiba e suspeito é contido por populares e preso
    Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) são 622 vagas em 78 cursos. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) são 616 vagas em 50 cursos. E na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) são 307 vagas em 29 cursos.

    Estudantes na expectativa
    Muitos estudantes aguardam ansiosos para entrar em uma universidade. É o caso da Laura Valente, de 23 anos, aluna do cursinho pré-vestibular Opus Master, do Colégio Stella Maris.

    Ela conquistou a nota 980 em redação e concorre a duas vagas pelo Sisu: medicina, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e odontologia, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

    “Foi um ano de bastante preparação, tanto para o vestibular quanto para o Enem, não perdendo nenhuma aula e estudando até tarde. Acho que o mais importante é acreditar em si, saber que com dedicação tudo é alcançado, e entender a importância de estar atento ao mundo para conseguir ter uma boa argumentação”, conta.

    Aline Marques, 17 anos, aluna do Colégio Acesso, também se destacou na prova de redação, com a nota de 980. A candidata para o curso de Medicina, na FURG, e em Nutrição na UFPR, diz que a preparação foi baseada em simulados e redações semanais.

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