Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (23) no anfiteatro do Dacese, convocada pela Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), os professores acataram a proposta do Governo do Estado de recomposição salarial em 4 anos a partir de outubro, com aumento de 7,14% por ano até 2015, mais o dissídio. Foram 68 votos a favor e 48 contrários.
Segundo a vice-presidente da Sesduem, Márcia Bellini, os professores exigem que a proposta seja encaminhada para votação na Assembleia Legislativa até o dia 30 de abril. "Acatamos, mas temos medo de que o Governo não cumpra a sua parte, por isso vamos nos manter mobilizados", afirma.
Com a decisão, o Sesduem afasta a possibilidade de greve. As lutas por outras reivindicações, no entanto, devem continuar. Os professores formaram um comitê de mobilização, com um calendário de lutas que inclui pautas que a categoria considera importante, como a extinção da Meta Quatro (decreto que retira a autonomia sobre a folha de pagamento das universidades), negociação salarial sobre a titulação dos mestres e reformulação do comitê de avaliação da Fundação Araucária (entidade que concede bolsas de pesquisa às universidades). "A UEM possui apenas um representante, enquanto que a Universidade Federal do Paraná tem 11. Pela importância da nossa instituição, não acreditamos que a proporção seja justa", afirma Márcia.
Apenas algumas turmas da UEM ficaram sem aula nesta manhã, uma vez que nem todos os professores participaram da assembleia. No período da tarde e à noite as atividades ocorrerão normalmente na universidade.
Segunda assembleia
Esta foi a segunda assembleia ocorrida esta semana para deliberar sobre a proposta do governo aos docentes. Na quinta-feira (22), o Sinteemar, sindicato com mais de 3000 filiados, que abrange professores e técnicos da UEM, também acatou a proposta do Estado. Algumas ressalvas foram feitas, como a exigência do pagamento das quatro parcelas dentro da administração de Beto Richa.
O Sinteemar promete manter a mobilização até o dia 24 de abril, quando o governo deve apresentar a proposta do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) dos técnicos. Neste dia haverá uma assembleia para deliberar sobre o resultado das negociações. "Se a proposta não agradar, outras medidas podem ser tomadas, e um indicativo de greve não está descartado", diz o presidente do Sinteemar, Eder Rossato.
A Sesduem, entidade que convocou a assembleia nesta sexta-feira, é formada exclusivamente por docentes e possui 312 filiados.http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/556199/sindicato-dos-docentes-acata-proposta-de-reajuste/