O primeiro ano do ensino médio tem a maior taxa média de reprovação nas escolas públicas e particulares de Maringá. Segundo o Censo Escolar, 20,7% dos estudantes não conseguiram média suficiente para serem aprovados. O desempenho é referente a 2012.
O índice de repetentes no município está levemente acima das médias do Paraná (18,8%) e do Brasil (16,8%). "Os jovens chegam ao ensino médio acumulando defasagens de aprendizagem adquiridas no ensino fundamental", analisa a doutora em Educação, Ivana Veraldo, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). "Soma-se a isso a pressão econômica da necessidade de entrada no mercado de trabalho e estão postas as condições para a reprovação ou o abandono escolar."
O porcentual de reprovados na primeira fase do ensino médio na rede pública é seis vezes maior do que no ensino privado. Nas escolas públicas, 26,7% dos estudantes que estavam no primeiro ano reprovaram, ante 4,1% dos que cursavam colégios particulares. "As escolas privadas possuem mais recursos físicos e humanos para acompanhar os alunos com dificuldades", comenta Ivana.
O vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares do Noroeste do Paraná (Sinepe/NORPR), José Carlos Barbieri, diz que as escolas privadas oferecem mais serviços de apoio aos alunos, a exemplo de aulas extras, simulados e provas. O acompanhamento dos pais também faz diferença no desempenho do estudante. "Ele passa mais tempo na escola e a assistência das particulares é mais intensa. Os pais estão são mais preocupados com o ensino dos filhos, o que faz com que eles se dediquem mais e haja menos reprovação", analisa.
O primeiro ano do ensino médio também é responsável pela maior taxa
de abandono escolar no município. De acordo com o Censo Escolar, 6,9%
dos estudantes que estavam no primeiro ano largaram os estudos em 2012.
Na
comparação por etapa escolar, as séries finais do ensino fundamental,
do 6º ao 9º ano, concentram a maior taxa de reprovações, com 14,4%. Na
sequência, vem o ensino médio, com 13,4%. Os anos iniciais, do 1º ao 5º
ano, têm o menor índice de alunos que reprovaram no ano passado: 6,5%.
Índice
De acordo com informações do portal Qedu (www.qedu.org.br),
que reúne dados detalhados sobre educação no Brasil, quando os índices
de reprovação ou abandono estão acima de 15% é preciso intervir no
trabalho pedagógico "o mais rápido possível".
Nota disponível no site avisa que altos índices de reprovação ou abandono escolar "podem aumentar a distorção idade-série".
Segundo Ivana, taxas altas de reprovação nas instituições de ensino não são consequência única do mau desempenho do aluno.
"As condições econômicas, sociais e culturais de alunos e professores são as mais impactantes nas condições de aprendizagem", diz. "O ideal é o apoio contínuo à aprendizagem, única forma de garantir a qualidade do ensino. É preciso melhorar as condições de aprendizado, e isso envolve um conjunto variado de fatores, desde infraestrutura das escolas, salário e condições de trabalho dos profissionais da educação."
A especialista acredita que ter um sistema de acompanhamento dos alunos que precisam de apoio ajuda a combater a repetência e o abandono escolar.http://www.odiario.com/zoom/noticia/755815/primeiro-ano-do-ensino-medio-reprova-um-de-cada-5-alunos/