Estudantes de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), da Unicesumar e da Faculdade Ingá participam, nesta quarta-feira (3), de um ato em apoio a manifestação nacional de médicos, convocada pelo sindicato da categoria. A mobilização em Maringá está marcada para as 17h, na praça que fica ao lado do prédio da Prefeitura.
O protesto nacional é contra a medida anunciada pela presidente Dilma Rousseff, de importar médicos para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), sem a exigência da revalidação do diploma obtido no exterior, como prevê a legislação em vigor. "Isso é um retrocesso à saúde brasileira", diz o estudante da UEM, Guilherme Poncetti, que vai participar do ato.
Além da revalidação dos diplomas, os futuros médicos pedem a implantação de um plano de carreira para os profissionais que atuam no SUS e investimentos na saúde pública. "A vinda de médicos estrangeiros não vai solucionar os problemas da saúde pública. O que precisamos é de medidas que valorizem os profissionais que atuam na saúde pública e de condições de trabalho", defende o estudante da Uningá, Rafael Hartmann.
Outra bandeira defendida pelos estudantes de Medicina é a regulamentação da profissão por meio da aprovação da lei conhecida como Ato Médico. "O texto inicial, de 2002, apresentava muitas ambiguidades. Porém ele foi corrigido e hoje não interfere na atuação de outros profissionais da área de saúde, apenas regulamenta as atribuições da classe médica", alega Poncetti.
A Sociedade Médica de Maringá e o Conselho Regional de Medicina (CRM) declararam apoio a manifestação nacional através de uma nota. "Nós, medicos brasileiros, não somos contra a vinda de profissionais estrangeiros. Apenas exigimos que eles sejam aprovados no Revalida, que é um exame que prova a competência técnica e conceitual do profissional que recebeu educação no exterior", diz a nota. O documento também pede mais investimentos para a saúde pública e a aprovação do Ato Médico.
O presidente da Sociedade Médica de Maringá, Kemel Jorge Chammas, informou que a classe médica deve promover uma passeata na cidade, porém em data ainda não definida. "Optamos por não paralisar os serviços nesta quarta-feira para não prejudicar o atendimento de pacientes. Mas futuramento vamos fazer uma mobilização em Maringá em prol da revalidação do diploma, do ato médico e de melhorias no SUS", adiantou.