Para esclarecer o motivo da Universidade Estadual de Maringá (UEM) não aderir ao RH Meta4, sistema de gestão de pessoas exigido pelo Governo do Paraná e recomendado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), o vice-reitor da universidade, Julio Damasceno, concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (5).
Para o governo, o sistema possibilita maior transparência em relação aos dados de folha de pagamento das instituições de ensino superior. Por meio dele, seria possível a identificação de eventuais distorções, como acúmulo de verbas. Entretanto, o vice-reitor da UEM argumenta que outros mecanismos em uso permitem o controle dos gastos.
Damasceno defende que a implantação do sistema interfere na autonomia da UEM, pois tira da instituição a gestão de recursos humanos."O Meta4 é um software que simplesmente faz a folha de pagamento. Dizer que ele trará maior transparência é uma falácia", pontua.
Para ele, o impacto recai também sobre a qualidade do ensino e da pesquisa. "A notícia que temos é que nessas duas Universidades [Unespar e UENP, que já aderiram ao sistema] os processos são lentos e burocráticos, no que tange às implementações de promoções e progressões das carreiras docentes e dos agentes universitários. Havendo, portanto, um claro descumprimento às leis, o que poderá, inclusive, gerar ações na justiça, com grande prejuízo ao Estado", afirma.
O reitor da UEM, Mauro Baesso, foi para Curitiba nesta segunda-feira (5) para discutir o assunto com o governador Beto Richa. O impasse gerou o bloqueio, por ordem da Secretaria Estadual de Fazenda, de mais de R$ 18 milhões da universidade, o que pode comprometer, segundo a instituição, a realização do vestibular de inverno, que está programado para 16 e 18 de julho.