Mais de 60% dos fumantes que participam de grupo na UEM conseguem parar de fumar Mais de 60% dos fumantes que participam de grupo na UEM conseguem parar de fumar
Um programa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desde 2005 tem como objetivo a prevenção e o tratamento para fumantes largarem o vício pelo tabaco. Isso, de acordo com os idealizadores do projeto, porque o número de quem tenta deixar o vício por conta própria, sem auxílio, e obtém sucesso é muito baixo. A maioria tenta, às vezes consegue por um período, mas retoma o hábito.
Já o tratamento feito em grupos, com a ajuda de médicos, assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas obtém resultados mais animadores. Os grupos organizados na UEM têm duração de um mês, com duas sessões semanais e em torno de 60 a 65% conseguem parar de fumar. Alguns participantes fazem o uso de medicamentos que são distribuídos gratuitamente.
“Tem pessoas que entram com dúvidas, mas estando com o grupo, eles se motivam a parar. Existe uma ajuda mútua, não são só as orientações”, explica a psicóloga Maria Lúcia Dantas, coordenadora do projeto.
O estudante João Paulo Dantas, 21, fuma desde os 18 e admite que esse tipo de trabalho em grupo pode ajudar a motivar o fumante a largar o vício. “É possível parar de fumar, mas acho que a primeira coisa que tem de ter é vontade de parar, porque nós ouvimos de todos os lados que faz mal, vimos estampado nos maços de cigarro, mas se a pessoa não tem vontade de parar, nada disso vai ajudar.”
Dantas ainda revela que fuma em média 15 cigarros por dia, conta que começou a fumar por influência de amigos. “Meus amigos todos fumavam, eu entrei na onda, acho que foi mais por pressão, até que eu acabei continuando e não parei mais.”
Em muitos casos, como o do estudante, o fato dos pais fumarem, pode
influenciar o filho a ter o vício. “Minha mãe fuma, então não falou
nada, meu pai, que foi fumante durante mais de 20 anos, ficou mais
chateado. Como eram fumantes, achava normal fumar.”
O projeto teve início em 2005 e a procura é muito grande. O trabalho é
feito com um grupo por mês e no momento há quase 80 pessoas nas filas e o
projeto é aberto a toda população. “Pessoas de todas as idades, de
Maringá e região, podem participar, é só se inscrever”, conta Maria
Lúcia.
A psicóloga afirma que o os atendimentos não são apenas para adultos. “Normalmente são adultos, mas caso alguma adolescente queira participar, será atendido. Quem não se sentir seguro de que vai parar de fumar com apenas um curso, pode fazer novamente.”
SERVIÇO:
As inscrições podem ser feitas pelo telefone 3011-4266. Os grupos são de segunda e quinta-feira.
10% da população de Iguatemi é de fumantes
Uma pesquisa aponta que mais de 10% da população de Iguatemi são
fumantes. Grande parte (70%) começou a fumar com idade entre 10 a 20
anos. Cerca de 12% declararam que o início foi antes dessa faixa etária.
A pesquisa confirmou que a população tem consciência dos malefícios do
cigarro: 98,8% afirmaram que o hábito de fumar traz prejuízos. A grande
maioria (82%) gostaria de parar com o vício, no entanto, 69,6% destes já
tentaram sem sucesso. Por isso, o coordenador da pesquisa, Celso
Conegero, aponta a necessidade de acionamento de diversos segmentos
(mídia, escola, entidades privadas e públicas) no cumprimento de seu
papel social em campanhas de conscientização e informação, bem como no
auxílio ao abandono do vício.
Conegero destaca outra informação bastante preocupante: dos fumantes identificados no distrito, 70% dizem que a convivência com o cigarro dá-se no meio familiar, em sua própria casa. O professor também ressaltou a atuação dos alunos nesta campanha, não apenas pelo levantamento de dados, mas em especial pelo compromisso e responsabilidade para com o bem-estar social; jovens e adolescentes pertencentes a instituições e níveis de ensino distintos os quais, unidos por uma parceria de sucesso, foram capazes de produzir resultados objetivos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desta comunidade.
Doenças causadas pelo cigarro
podem matar até 6 milhões em 2011
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 80% desejam parar de fumar, mas não conseguem. Eles usam a droga em quantidades maiores ou por um tempo maior do que desejariam, e mantém o seu uso apesar de conhecerem os danos físicos e psicológicos que advém dela.
Embora a maioria dos fumantes já tenha enfrentado algum problema físico em função do cigarro, dar um basta neste hábito é das tarefas mais difíceis que um ser humano pode enfrentar o que demonstra que as manifestações da dependência da nicotina são muito semelhantes à de outras drogas, com a diferença de não produzir manifestações psíquicas com o seu uso. Ainda que fumar não torne a pessoa mais agressiva ou eufórica, o seu padrão de consumo é típico de uma droga que produz dependência.
A maior parte das mortes por doenças respiratórias crônicas no Brasil é causada pelo tabagismo, segundo levantamento do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
O cigarro deve matar em 2011 quase 6 milhões de pessoas em todo o mundo – dessas, 600 mil são fumantes passivos. O número representa uma morte a cada seis segundos. Até 2030, a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 8 milhões de pessoas podem morrer em consequência do fumo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e Fundação do Coração (SBC-FUNCOR), o coração é órgão vital é especialmente prejudicado pelo hábito de fumar. “A nicotina torna-se prejudicial ao aparelho cardiovascular à medida que propicia a liberação de substâncias – as catecolaminas – que habitualmente só seriam liberadas no organismo em ocasiões de estresse. Essas substâncias preparam o corpo para enfrentar situações de perigo iminente. Como conseqüência, aumentam a freqüência cardíaca, a pressão arterial (e, portanto, a necessidade de oxigênio) e a resistência que os vasos opõem à passagem do sangue”, afirma a entidade em um artigo a respeito.
“Os malefícios do fumo sobre o coração e os vasos devem-se não somente à nicotina, mas também ao monóxido de carbono resultante da queima do papel e do próprio fumo”, alerta a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Abandonar o Cigarro
De acordo com o psicólogo e psicanalista Fernando Falabella Tavares de Lima, diretor clínico do Netpsi – Núcleo de Estudos e Temas em Psicologia e especialista em drogas, deixar o cigarro pode ser mais difícil em função das motivações psicológicas que mantém o uso do que em função do aspecto biológico.
Na opinião do especialista, para se deixar o fumo, inicialmente deve-se vencer o período de síndrome de abstinência. Para isso, podem ser utilizados diversos métodos, como os adesivos de nicotina, as gomas de mascar, etc, que ele acha válidos, embora insista que a grande dificuldade de deixar o fumo não está na questão orgânica. “O difícil é deixar o hábito e os seus componentes estruturantes psicológicos do uso. Sendo assim, considero bastante válido que se seja utilizado um método para diminuir os efeitos orgânicos da falta da nicotina, contudo é imprescindível que haja um apoio psicológico”. Este apoio pode ser obtido, segundo Fernando, tanto em uma psicoterapia como em grupos de auto-ajuda.
Brasil
Um estudo feito pelo Ministério da Saúde mostra que entre 2006 e 2010 a proporção de brasileiros fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. Entre os homens, a queda foi maior – o hábito de fumar passou de 20,2% para 17,9%. Entre as mulheres, o índice permaneceu estável em 12,7%. Pessoas com menor escolaridade – até oito anos de estudo – fumam mais (18,6%) que as pessoas mais escolarizadas – 12 anos ou mais (10,2%).
Entre 2005 e 2010, foram investidos R$ 86,2 milhões no tratamento de fumantes. Neste período, o Ministério da Saúde adquiriu e distribuiu às Secretarias Estaduais de Saúde 26,5 milhões de adesivos, 3,7 milhões de gomas de mascar e 3,2 milhões de pastilhas de nicotina; além de 8,3 milhões de comprimidos de cloridrato bupropiona – medicamento usado no tratamento de fumantes.
Por quê as pessoas fumam?
Os motivos que levam uma pessoa a se tornar fumante podem variar muito, mas, de acordo com o pneumologista Dr. Waldir Leopércio, para deixar o vício há um fator comum que se faz necessário: é preciso estar motivado e determinado a parar. Ele dá uma dica preciosa aos que sonham em ver seus pulmões livres da fumaça: parar de fumar deve estar ligado ao que cada um quer para a sua vida, e aos seus hábitos. Acender um cigarro é um ato muitas vezes automático e que está associado, por exemplo, a falar ao telefone com alguém ou beber um drink socialmente. Por isso, Dr. Waldir recomenda que quem deseja se tornar um ex-fumante deve mudar um pouco seus hábitos, preenchendo o tempo com mais atividades desassociadas do fumo e transformando o caráter de algumas delas para ir fazendo com que o cigarro deixe de fazer parte do seu dia-a-dia.
O site do Inca (Instituto Nacional do Câncer) confirma que os fumantes têm resistência física e fôlego menores do que os não fumantes, e ainda desempenho mais baixo em esportes e na vida sexual. “Além disso, envelhecem mais rapidamente e apresentam um aspecto físico menos atraente, pois ficam com os dentes amarelados, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo”, diz o site do órgão, vinculado ao Ministério da Saúde e responsável pela coordenação da política de controle do câncer e doenças relacionadas ao tabagismo no Brasil.
http://www.hnews.com.br/2011/08/em-grupo-e-mais-facil-vencer-o-vicio/