O Congresso Brasileiro de Olericultura, que ocorre em Maringá (Noroeste do Paraná), apresenta a logística como um dos grandes desafios para consolidação dessa cadeia produtiva. Com receita superior a R$ 10 bilhões, o segmento de verduras e legumes conquista participação importante no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, com 2% da receita total da produção agrícola e pecuária brasileira.
O objetivo é reduzir cada vez mais a distância entre o campo e a mesa do consumidor, diz Paulo César Tavares de Melo, presidente da Associação Brasileira de Horticultura (ABH), entidade promotora do evento. Ele explica que essa mudança já vem acontecendo, encabeçada pelas grandes redes de supermercados, que criaram suas próprias centrais de abastecimento.
Em um ciclo de palestras realizado na tarde de ontem, o doutor em Economia do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Walter Belik, enfatizou que o produtor precisa estar sempre atualizado e pensar em como seu produto deve chegar ao consumidor, mantendo a qualidade. Para colher, armazenar e transportar da melhor forma possível, com eficiência e qualidade, é preciso investir em tecnologia, defende Belik. O produtor deve se adaptar às novas tecnologias para não ficar para trás e qualificar seu produto.
Para o professor, pesquisador e presidente da organização do congresso, José Usan Torres Brandão Filho, as discussões e debates envolvem todo o segmento de horticultura que cresce constantemente. Também é uma maneira de trazer para perto da sociedade os resultados desse desenvolvimento, explica. A olericultura atende um mercado consumidor exigente e com isso desenvolve produtos de qualidade sem perder a competitividade do setor, disse o professor, que pertence ao quadro de docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que, em 2006, o mercado da olericultura movimentou cerca de R$ 11,5 bilhões, em uma área de 771 mil hectares, com a geração de seis empregos diretos por hectare. No Paraná, a edição de terça-feira do suplemento Caminhos do Campo, da Gazeta do Povo, mostrou que o setor faturou, no ano passado, R$ 1,57 bilhão.