Devido
ao grande potencial da região no cultivo da mandioca, três professores
da Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus regional de Umuarama,
resolveram difundir uma pesquisa que apontou para uma alternativa
econômica e produtiva à criança de ruminantes: a silagem de mandioca.
A ideia que já é comum no nordeste
chamou a atenção dos professores, já que eles perceberam que a silagem
feita com a maniva (caule) da mandioca se mostrou tão produtiva quanto à
silagem de milho. A vantagem disso tudo, é que a parte aérea da
mandioca é rica em proteínas - o que torna a alimentação dos animais
mais rentável ao produtor.
De acordo com o professor Antonio
Martinez, um dos pesquisadores, a pesquisa agora tenta encontrar qual
cultivar da mandioca é melhor e mais adaptável para silagem da
mandiocultura. Eles têm 14 cultivares diferentes plantados, na
universidade, para tentar encontrar uma opção vantajosa aos produtores
da região.
“O produtor pode aproveitar toda
aquela parte que sobra depois de separar as ramas e triturar para a
silagem”, destaca o Martinez, acrescentado que além da presença de
proteínas, a silagem de mandioca é palatável aos animais.
Segundo ele, o milho não deixa de ser
a principal fonte de alimentação, no entanto, ele explica que a
mandioca pode oferecer algumas vantagens a mais, como a da proteína.
“Ambas as silagens são boas, mas a região ainda tem uma preferência pelo
milho”, comenta.
Difícil produção
Mesmo com as vantagens frente ao
milho, Martinez é realista e diz que a silagem da mandioca é mais
trabalhosa, pois, como não existe a colheita mecanizada, o trabalho tem
ser todo manual.
Após a retirada da raiz, o produtor
precisa retirar as ramas, separar as manivas para a silagem e triturar,
diferente do milho que com a colheita mecânica os resíduos já são
triturados no campo e resta ao produtor somente recolher e armazenar.
“Não se pode entrar com uma máquina
pesada em uma lavoura de mandioca, porque você atinge diretamente a
raiz, o produto comercializado”, destaca.
Sem suplementação
O zootecnista da Emater de Umuarama,
João Barbi, é de acordo com a proposta de disseminar a silagem de
mandioca da região, isso porque além da economia em ganhos, o produtor
enriquece a alimentação do ruminante.
Ele esclarece que a silagem é o único
alimento volumoso que não precisa de suplementação protéica, devido à
grande fonte de proteínas que a parte área da raiz oferece. Embora, haja
todos estes benefícios da silagem de mandiocultura, em Umuarama o
número de produtores que aplicam essa técnica é reduzido.
Isso porque, apesar de haver muitas
lavouras na região, poucas apresentam a integração lavoura-pecuária e,
além disso, as propriedades que têm o cultivo integrado estão plantadas
com o milho.
Para tanto, o zootecnista sugere que
os pecuaristas reservem uma área para cultivar a mandioca apenas para a
silagem, pois segundo ele, o retorno é benéfico e o investimento válido.
“A silagem de mandioca tem grandes vantagens e precisa ser inserida na
região que tem grande potencial nesta cultura.”