Venda e consumo de bebida alcoólica estão proibidos na região do câmpus da Universidade Estadual de Maringá
O vestibular de inverno da Universidade Estadual de Maringá (UEM) começa no próximo domingo e termina na terça-feira, dia 8. Mas a partir de hoje os estudantes e comerciantes ao redor da universidade vão ter que conviver com a lei seca, que entra em vigor às 20 horas e prossegue até a meia-noite de terça-feira.
A lei 8.054, que proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas nos arredores da UEM, foi aprovada, na semana passada, por unanimidade pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Silvio Barros. Durante os quatro dias, a força-tarefa composta pelas polícias Civil e Militar, prefeitura e Conselho Municipal de Segurança deve atuar em todo o perímetro entre as ruas Quintino Bocaiúva, Vitória, Avenida Morangueira e Avenida Colombo. Quem vender bebida alcoólica nesse espaço será multado R$ 500 para vendedor autônomo e de R$ 5 mil para os comerciantes. Já quem for pego consumindo terá a bebida apreendida e descartada no mesmo instante.
Os moradores reclamam dos excessos cometidos pelos jovens que vão às ruas para tomar cerveja, dançar, paquerar, mas que extrapolam e invadem a privacidade dos outros. Já atiraram ovos e até garrafas na parede de minha casa, reclama Maria Tereza Marin Lucena, moradora do bairro Jardim Universitário. Sua filha Kamila, que cursa o primeiro ano de Letras na UEM, concorda. Quando estava fazendo vestibular, eu tentava dormir cedo, mas a bagunça era grande e acordava cansada, imagine quem fica festando até tarde, diz.
Para a coordenadora do Diretório Central dos Estudantes(DCE) da UEM, Kelly Defani Scoarize, estudante do último ano do curso de Direito, a lei é arbitrária e viola a Constituição. Kelly admite que há certo exagero nas festas, mas que também existem formas mais eficientes para resolver a questão. Ela cita como exemplo as festas que ocorriam às quintas-feiras nos bares em frente à UEM. Trouxemos as festas para dentro da universidade, e nunca tivemos problemas por isso, diz.
Cléber Roberto Gomes de Oliveira, dono de uma lanchonete, prevê grande prejuízo. O movimento vai cair cerca de 70%, reclama. Fico sem ter receita para manter meu estabelecimento.