A possibilidade de construção de barragens
hidrelétricas na extensão do Rio Ivaí tem tirado o sono de pequenos
proprietários ribeirinhos e de famílias de pescadores que residem em
localidade banhadas pelo manancial. No sábado, dia 7 de julho, houve uma
reunião, no distrito de Porto Ubá, e contou com a presença de
pesquisadores e ambientalistas, que são contrários a construção de
hidrelétricas no curso do Rio Ivaí.
Também participaram do debate
o promotor de justiça Robertson Fonseca de Azevedo, ligado a Promotoria
de Meio Ambiente; padre da Paróquia de Mandaguari, Zenildo Megiatto;
estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM); pescadores;
autoridades; e convidados.
O objetivo da reunião foi repassar as
informações sobre como andam os estudos sobre a construção das barragens
que estão sendo projetadas para serem construídas no Rio Ivaí.
O
padre Zenildo Megiatto disse que é importante que a população fique
alerta e comece a se mobilizar para evitar surpresas desagradáveis. Ele
defende a tese que economicamente as obras não favorecem o município e
podem causar um grande impacto ambiental.
“O
município perde um monte de terra e, consequentemente, a população,
porque o imposto sobre a energia elétrica é cobrado no consumo”,
afirmou.
Ele diz também que vários peixes que povoam o Rio
Paraná utilizam o Rio Ivaí para a desova, e as barragens poderão
impedir que as espécies se reproduzam. “Uma delas é o dourado”,
comentou.
Robertson Azevedo defendeu que a Associação de
Moradores deve mobilizar o Ministério Público da Comarca de Ivaiporã,
para que ingresse com ação civil, obrigando que o processo para a
instalação das barragens seja realizado com transparência. Ele entende
que o Paraná contribui para a geração de energia no país e, por isso,
deve preservar as terras e os mananciais. Segundo o promotor, caso as
barragens sejam instaladas, poderão inviabilizar o plantio de cana de
açúcar e outras culturas.
O prefeito em exercício de
Lidianópolis, Celso Antonio Barbosa (Magrelo), disse que se trata de um
momento de buscar conhecimento e saber em que pé estão os projetos. Ele
garantiu que, se acontecer algo que possa prejudicar a colônia de
pescadores de Porto Ubá, o município vai procurar interferir para que as
famílias não sejam prejudicadas. “Sabemos que existem projetos e que os
estudos foram realizados. Por isso, vamos continuar acompanhando com
carinho essa situação”, afirmou o prefeito.
O secretário da
Associação de Pescadores, Marildo de Oliveira, disse que os pescadores
acompanham com atenção o processo e sabem que a construção de usinas no
Rio Ivaí irá gerar grande impacto ambiental e eles serão os primeiros a
serem prejudicados. “Iremos nos reunir novamente com os pescadores para
saber que decisão iremos tomar, mas devemos procurar o Ministério
Público para ter mais esclarecimentos sobre o que devemos fazer”, disse
Marildo Oliveira.
http://www.paranacentro.com.br/noticia/geral/8670/debate-sobre-barragens-mobiliza-liderancas-no-porto-uba.html