uem-na-midia
    25-03-2024
    Uma doença que tem vacina, tratamento e cura ainda mata milhares de pessoas por ano no mundo: a tuberculose. Na região Noroeste do Paraná, o trabalho para prevenção e conscientização sobre o tema passa pelo Laboratório de Ensino, Pesquisa e Análises Clínicas (Lepac) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que é referência no diagnóstico da doença.

    Localizado no câmpus sede da universidade e vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), o Lepac tem convênio com o Governo do Estado para atendimento aos 30 municípios da 15ª Regional de Saúde. Em casos suspeitos de tuberculose, no entanto, o laboratório faz exames para toda a macrorregião, que totaliza 115 municípios. Somente em 2023 o Lepac fez 1.604 Testes Rápidos Moleculares (TRM). Quase 10% do total – 149 casos – tiveram resultado positivo.

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    O tratamento aos positivados ocorre em outra frente de atuação da UEM no combate à tuberculose – o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). Referência no tratamento de diversas infecções, o hospital atendeu 119 casos suspeitos de tuberculose em 2023. Destes, 27 foram inicialmente confirmados e 19 tiveram alta, além de dois abandonos, um óbito e cinco mudanças de diagnóstico.

    Segundo a professora do Departamento de Medicina (DMD) e médica infectologista Maria Emilia Avelar Machado, a precocidade do diagnóstico é uma das principais medidas no combate à doença, alerta importante neste Dia Mundial de Combate à Tuberculose. “Quanto mais cedo se faz o diagnóstico, melhor para o paciente e menor o risco de infectar outras pessoas, e principalmente as pessoas mais próximas. Tuberculose tem tratamento e tem cura”, afirma.

    Outra preocupação dos profissionais do HUM é garantir que o tratamento seja correto e completo. A melhora nos sintomas durante os primeiros dias de medicação pode levar pacientes a interromperem o tratamento de forma precipitada. Essa atitude pode aumentar a resistência das bactérias, diminuindo as chances de cura.

    O Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do HUM prepara, a cada ano, um boletim com dados oficiais e um levantamento dos municípios e bairros de origem dos pacientes tuberculosos. Também são levantados fatores socioeconômicos, como idade, renda e hábitos de consumo, além de outros fatores de risco associados à infecção, o que permite um melhor mapeamento da doença na região. Os dados de 2023 já foram coletados, e o novo documento já está em confecção.

    TESTES

    O TRM, aplicado no HUM, é capaz de detectar o DNA da bactéria causadora da doença diretamente na amostra de escarro do paciente. O resultado fica pronto em cerca de duas horas. No Lepac, a amostra é analisada pelo GeneXpert, equipamento cedido ao laboratório pelo Ministério da Saúde, em 2018. O dispositivo oferece alta sensibilidade para detecção da tuberculose, bem como maior rapidez na liberação do resultado em comparação com o exame de baciloscopia – visualização da bactéria no microscópio –, que é utilizado há mais de 100 anos.

    Segundo a professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) e coordenadora do Lepac, Regiane Bertin de Lima Scodro, o laboratório também faz a cultura da amostra clínica do paciente e o teste de susceptibilidade aos fármacos aplicados no tratamento da doença. Os procedimentos ajudam a identificar se a bactéria detectada possui resistência aos antibióticos mais usados no combate à tuberculose.

    O equipamento usado para esse processo é o BD BACTEC MIGT, sistema presente em apenas dois laboratórios do Paraná – além do Lepac, no Laboratório Central do Estado (Lacen), em São José dos Pinhais. “O método automatizado apresenta mais sensibilidade quando comparado ao exame manual. Esse sistema de cultura, que possibilita o crescimento da bactéria, garante um exame de alta qualidade e de maior rapidez para atender as necessidades dos pacientes com tuberculose”, destacou a coordenadora.

    Um desafio para os profissionais do laboratório são os casos assintomáticos da doença. Segundo a coordenadora, muitas pessoas podem estar infectadas mesmo sem apresentarem sintomas, em quadro chamado de “tuberculose infecção”.

    Para esses casos, o Lepac implantou, em 2022, o exame IGRA, teste realizado no sangue do paciente. O método identifica o componente da resposta imunológica do organismo infectado e, por isso, permite maior precisão no diagnóstico dos casos assintomáticos. O teste pode ser usado em pessoas que tiveram contato com doentes ou que, por outro motivo, tenham suspeita de infecção. Os exames de alta qualidade realizados pelo Lepac são, em sua maioria, subsidiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como forma de apoio à saúde pública.

    CURSOS

    Além das ações do Lepac e do HUM, a UEM oferta cursos de graduação e programas de pós-graduação nas áreas de Biociências, Biotecnologia, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem e Medicina, que promovem a formação de profissionais com alta qualificação para atuarem no combate à tuberculose e outras doenças infecciosas.

    Os estudantes e docentes da Universidade, incluindo os colaboradores do Lepac e do HUM, realizam, com frequência, ações de conscientização à população sobre a tuberculose. Já foram promovidas iniciativas em locais como a Feira do Produtor, o Parque do Ingá e a Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá).

    Colaboradores da UEM também participaram de atualizações técnicas para profissionais de saúde em municípios da 15ª Regional de Saúde do Paraná, com o objetivo de orientá-los sobre a prevenção e o correto tratamento da tuberculose.

    No âmbito da pesquisa, professores e alunos de pós-graduação desenvolvem diversos projetos com foco em prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Muitas das ações contam com apoio financeiro de agências de fomento à pesquisa, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Araucária. São estudos de novas substâncias que apresentem atividade contra a bactéria e que, no futuro, possam ser utilizados como novo medicamento.

    DIA MUNDIAL DE COMBATE À TUBERCULOSE

    A escolha da data para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose é emblemática. Há exatos 142 anos, também em um 24 de março, o médico alemão Robert Koch anunciava a descoberta da bactéria causadora da doença, batizada em sua homenagem.

    Mais de um século depois, o bacilo de Koch, de nome científico Mycobacterium tuberculosis, ainda intriga e preocupa médicos e pesquisadores por todo o mundo. De acordo com o Relatório Global sobre Tuberculose, da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2023, quase 10,6 milhões de pessoas tiveram tuberculose em 2022. Dessas, 1,3 milhão morreram devido à doença.

    Serviço:

    Hospital Universitário Regional de Maringá – Avenida Mandacaru, 1.590, no Parque das Laranjeiras, em Maringá, com funcionamento 24 horas por dia. É possível contatar o HUM pelo telefone (44) 3011-9100.

    Lepac – Bloco K-10 do câmpus sede da UEM, com atendimentos de segunda a sexta-feira, entre 7h20 e 11h30 e 13h e 17h. O telefone do laboratório é o (44) 3011-4317.

    AEN

    Foto: Regiane Bertin de Lima Scodro/Lepac/UEM

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    01-04-2024
    A Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários (PRH), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), anunciou a data e o local do sorteio da distribuição de vagas reservadas a Pessoas com Deficiência (PcD) e afrodescendentes nos concursos públicos em andamento para a contratação de docentes.

    Com transmissão ao vivo pelo YouTube, o sorteio será realizado na próxima terça-feira (2), a partir das 8h, no Núcleo de Educação à Distância (Nead), localizado no Bloco H-01 do câmpus sede da Universidade. Os interessados também podem acompanhar de forma presencial a realização do sorteio, organizado pela Divisão de Recrutamento e Seleção (RES), da Diretoria de Recursos Humanos (DRH), vinculada à PRH.

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    Em cumprimento à instrução normativa nº 002/2024-PRH, os percentuais previstos na legislação para reserva de vagas a PcD e afrodescendentes – pretos ou pardos – serão calculados sobre a soma do número de vagas ofertadas nos editais de número 185, 186, 187, 208, 209, 229 e 230/2024-PRH. Os sete editais totalizam 152 vagas.

    Assim, serão reservadas oito vagas para PcD e 15 para afrodescendentes, conforme a legislação estadual vigente, que determina o percentual mínimo de vagas reservado a cada categoria – 5% para PcD e 10% para afrodescendentes. O sorteio de terça-feira (2) definirá quais áreas do conhecimento terão vagas reservadas aos candidatos cotistas.

    Caso não haja candidatos aprovados ou habilitados às vagas reservadas a PcD ou afrodescendentes, as vagas serão preenchidas pelos demais candidatos de ampla concorrência, conforme a ordem geral de classificação. Nesse caso, segundo a PRH, o quantitativo de vagas reservadas a cotas será somado ao percentual do próximo concurso de contratação docente aberto pela UEM.

    O edital nº 106/2024-PRH, que contém as retificações da metodologia aplicada, e a instrução normativa nº 002/2024-PRH podem ser consultados no site oficial da RES. No mesmo endereço, encontram-se os editais referentes aos concursos públicos em andamento.

    Em caso de dúvidas, é possível entrar em contato com a RES pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone e Whatsapp (44) 3011-4352.

    Foto: UEM

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    01-04-2024
    O Restaurante Universitário (RU), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), começa hoje (1º), a aceitar pagamento em PIX na compra dos tickets de alimentação. As operações serão realizadas por meio da leitura do QR code, emitido pelo caixa do RU, utilizando o aplicativo de qualquer instituição bancária. Assim que o pagamento for efetuado, o caixa é notificado e entrega o ticket ao comprador.

    Não será necessário enviar qualquer comprovante, pois é identificado o pagamento imediatamente e registrado no sistema financeiro da UEM.

    Uma novidade é o baixo custo da operação, visto que as tarifas para movimentações via PIX são bem inferiores quando comparadas com uso dos cartões de débito e crédito.

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    O sistema foi desenvolvido em parceria entre a Reitoria, Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PLD), a Pró-Reitoria de Administração (PAD), a Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários (PRH), o Escritório de Projetos e Processos (EPP), a Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU) e o Banco do Brasil. Os profissionais de T.I. envolvidos no projeto são: o assessor de Tecnologia da Informação, Giancarlo Lucca (PLD), que também é membro da CVU; o assessor de Desenvolvimento de Sistemas, Walter Marcondes Filho (PLD), e a prestadora de serviços, Giovanna Cristina de Souza Bettin.

    O coordenador técnico do EPP, Sidinei Silvério da Silva, comenta que o Escritório tem contribuído em várias ações, projetos, melhorias e inovações no RU, visando um ambiente moderno e eficiente, que proporciona ainda mais comodidade para a comunidade acadêmica. “A opção de pagamento por PIX torna mais fácil e rápido as refeições dos alunos e funcionários. Queremos parabenizar ao chefe do RU, Fábio José Kelmer, sua equipe de colaboradores e a atual gestão, que estão sempre em busca de melhorias e modernizações para a experiência dos usuários no Restaurante”, fala Silva.

    Vale ressaltar que houve um esforço conjunto entre os envolvidos para obter isenção das taxas bancárias nos primeiros 60 dias do serviço. Posteriormente, um valor simbólico será cobrado, proporcionando uma economia financeira para a UEM.

    Foto: UEM

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    04-04-2024
    Atenderá pessoas de baixa renda (até três salários mínimos mensais), auxiliando-os no preenchimento da declaração

    A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), projeto de extensão do Departamento de Ciências Contábeis (DCC), realizará diversas ações de orientação sobre o Imposto de Renda Pessoa Física.

    Uma dessas ações é o plantão em locais públicos. Haverá plantões nos dias 11 e 18 de maio, no Shopping Terminal em Maringá. No sábado (11), das 9h às 18h, e no sábado (18), das 9h às 14h. Este plantão também ocorrerá no dia 4 de maio, na cidade de Cianorte.

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    Outra ação é o atendimento no Bloco B12, no câmpus da Universidade Estadual de Maringá, em Maringá. Para isso, o interessado deve agendar seu atendimento pelo WhatsApp 3011-3769 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    O NAF atende pessoas de baixa renda (até três salários mínimos mensais), auxiliando-os no preenchimento da declaração de IRPF de 2024, cujo prazo para envio é até 31 de maio. Contribuintes com rendimento superior a três salários mínimos mensais podem procurar o NAF para tirar dúvidas e receber orientações.

    A professora do DCC e orientadora no NAF, Mara Cristina Piovesan Cortezia, diz que “é comum os contribuintes terem dúvidas se estão obrigados ou não a enviar sua declaração de imposto de renda ou dúvidas no seu preenchimento, documentos necessários, modelo de declaração, uso do gov.br e declaração pré-preenchida, por exemplo”. Essas ações do NAF são justamente para orientar os contribuintes sobre essas dúvidas e evitar que a declaração entre em malha fina, fazendo com que o CPF do contribuinte fique irregular.

    Outro aspecto importante, ressalta a professora e coordenadora do NAF, Simone Leticia Raimundini Sanches, é a possibilidade do contribuinte que faz a declaração no modelo completo destinar parte do seu imposto de renda devido para o Fundo para Infância e Adolescência e/ou para o Fundo do Idoso. De acordo com a professora, “poucos contribuintes sabem dessa possibilidade”. O NAF também orienta como fazer essa destinação do imposto de renda e esclarece como é possível contribuir com projetos sociais que atendem crianças, adolescentes e idosos a partir do imposto de renda que já foi pago ou tem a pagar pelo contribuinte. “É um exercício de cidadania fiscal pelo contribuinte”, diz a professora”.

    As ações e orientações do NAF são gratuitas, com a participação de professores e alunos de Ciências Contábeis da UEM.

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    09-04-2024
    O Laboratório de Imunogenética (LIG), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), começa, nesta segunda-feira (8), a fazer os testes de histocompatibilidade para transplantes de órgãos sólidos de doadores falecidos. Com a implantação do serviço, o LIG, que está localizado no câmpus sede, Bloco T20, sala 109, torna-se o terceiro local no estado do Paraná a realizar estes exames, antes feitos apenas nas cidades de Curitiba e Londrina.

    Os exames de Painel de Reatividade de Anticorpos (PRA) e Prova Cruzada (CrossMatch), fundamentais para transplante de órgãos de doadores falecidos, eram realizados exclusivamente no Laboratório de Imunogenética do Hospital Universitário Cajuru, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), em Curitiba, e no Laboratório de Histocompatibilidade, do Hospital Universitário Regional de Londrina, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

    A professora Larissa Bahls, responsável técnica do LIG, enfatiza a importância da redução do tempo de espera, destacando que a estimativa é de um doador falecido por dia, totalizando cerca de 30 exames por mês. “Além de ser caro, por ter que manter um motorista na estrada todos os dias para levar as amostras para Londrina, o processo fica mais demorado. Hoje, segundo Vivianne Toniol, enfermeira coordenadora do Serviço de Doação e Transplantes do Hospital Bom Samaritano, a média de espera entre retirar o rim de um doador e transplantar em alguém aqui de Maringá é de cerca de 20 horas. O que não é o ideal, pois quanto menor o tempo, melhor. Trazendo os exames para cá, acreditamos que podemos reduzir esse tempo de espera”, detalha.

    O reitor da UEM, Leandro Vanalli, expressa a importância social da mudança. “Com o funcionamento desse novo serviço no laboratório, a UEM passa também a dar a sua contribuição para o sucesso e os bons resultados dessa rede tão importante e delicada, auxiliando com a estrutura física e facilitando a logística, visto que estamos numa região estratégica que pode contribuir muito com a infraestrutura que o Estado já possui. Além disso, é muito importante para trazer tranquilidade às famílias e esperança de vida renovada para o receptor que precisa tanto receber um transplante.”

    Hoje, está sendo implantado o projeto de transição dos exames de Londrina para Maringá. Inicialmente, será feita a tipagem de antígenos leucocitários humanos (HLA) de doadores falecidos de órgãos, como rim, fígado, coração, entre outros. No segundo semestre, serão introduzidos os exames de monitoramento dos pacientes na lista de espera para transplantes renais e cardíacos, e, na sequência, os exames da prova cruzada, que é cruzar as células do doador com o sangue dessas pessoas que estão na lista de espera para saber quem pode receber.

    Segundo Bahls, o novo atendimento irá se somar aos exames já realizados no LIG, que são de tipagem HLA de receptores e doadores de medula óssea, nas diferentes etapas do processo de busca por doadores compatíveis (família e Cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea – Redome).

    Atualmente, o Laboratório realiza exames para o cadastramento de doadores voluntários de medula óssea dos Hemocentros de Maringá, Cianorte, Paranavaí, bem como exames de pacientes do Hospital do Câncer de Maringá e seus familiares. A partir do atendimento para transplante de órgãos passará a atender 23 hospitais, distribuídos nas cidades de Campo Mourão, Cianorte, Colorado, Goioerê, Maringá, Paranavaí, Sarandi e Umuarama. As amostras são encaminhadas pela Central Estadual de Transplante (CET-PR), por meio da Organização de Procura de Órgãos (OPO – Maringá).

    Investimentos

    Para a abertura do serviço, o LIG teve que se preparar estruturalmente com a compra de equipamento e kits para exames. Até o momento, já foram investidos cerca de R$ 700 mil, e está em andamento mais um pedido de compras de cerca de R$ 500 mil em kits para tipagem HLA e para detecção de anticorpos anti-HLA. “É preciso destacar que, além do investimento financeiro, investimos horas e horas de treinamento e desenvolvimento técnico e de gestão da qualidade voltada para laboratórios, que executam estes exames de alta complexidade. O investimento veio dos recursos obtidos com a prestação de serviços que o LIG faz há anos junto ao Redome”, explica Bahls.

    As vantagens do novo serviço são destacadas, incluindo benefícios para pacientes transplantados, familiares de doadores falecidos, equipes transplantadoras e a equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Maringá. “Quanto mais rápido é o processo, menor a chance de rejeição e melhor o desfecho pós-transplante; o corpo do doador falecido será liberado mais rápido para os familiares, as equipes transplantadoras vão trabalhar com mais segurança devido à maior facilidade de comunicação com a equipe técnica do laboratório, além de vislumbrar melhor evolução de seus pacientes por trabalhar com menor tempo de isquemia fria (tempo entre a captação do órgão e o transplante propriamente dito)”, frisa a coordenadora do LIG-UEM.

    A coordenadora da OPO-Maringá, Gislaine Duarte, avalia positivamente o início da prestação do serviço na UEM. “Tudo que envolve logística de transporte de amostras acaba ficando um pouco mais complexo. Vemos com muito bons olhos a retomada pela cidade de Maringá da realização desses exames, pois, desde 2021, passamos a encaminhar os exames da nossa região para Londrina, após um laboratório privado deixar de prestar o serviço. Mas sabíamos que o laboratório de UEM tinha interesse em assumir esta demanda, só era preciso adequação, como aquisição de materiais e insumos e treinamento da equipe. Avalio que não há necessidade de ter laboratório nos 399 municípios paranaenses, mas, ao menos, ter laboratório na cidade onde acontece o transplante, ajuda muito, favorece a logística, tornando mais dinâmico tanto para o usuário quanto para os profissionais que atuam no processo.”

    O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), da UEM, também irá absorver os exames de Covid dos pacientes que estão na fila de Maringá e região. De acordo com Duarte, somente os exames sorológicos ainda vão continuar sendo feitos em Londrina, não permitindo neste momento a redução do custo de logística, mas esforços estão sendo feitos para a migração dos exames sorológicos para Maringá.

    Duarte enfatiza a importância dos exames imunogenéticos serem realizados nas instituições de ensino superior. “É importante que os testes de imunogenética sejam mantidos nas universidades porque o profissional que faz esse exame deve ter expertise no assunto, notório saber nessa área tão específica. Nós imaginamos que esses acadêmicos vão perpetuar este conhecimento. É muito rico para o cunho acadêmico. A equipe do Laboratório de Imunogenética da UEM foram muito proativos nesse processo, nos apoiaram e se mobilizaram bastante para que essa prática fosse absorvida pela universidade, não simplesmente pela relevância acadêmica, mas pela relevância social do serviço.”

    Os estudantes da UEM passarão a ter oportunidade de conhecer um serviço de ponta, equipamentos e técnicas avançadas.

    Doadores falecidos

    Uma vez identificada a morte encefálica de um potencial doador, o ideal é que imediatamente seja aberto protocolo para diagnóstico de morte encefálica e, na sequência, seja coletado e enviado o material ao laboratório de referência para os exames pré-transplante necessários. A demora neste processo pode acarretar, inicialmente, a desistência da doação por parte da família do doador, além de ter consequências também para o receptor, uma vez que podem aumentar as chances de rejeição e perda do órgão transplantado. Ainda, o transporte da amostra para realização dos exames em outro município, além de representar um alto custo (motorista, combustível, manutenção do veículo), também compromete a viabilidade da amostra, aumentando a chance de problemas técnicos, uma vez que os exames só serão realizados quando a amostra chegar ao laboratório de análise.

    Além do benefício financeiro a longo prazo e agilidade no transplante, uma vez implantada a metodologia para exames PRA, há a possibilidade de realizar testes para acompanhamento dos pacientes no pós-transplante, identificando precocemente o início de processos de rejeição. Isto evitaria a necessidade de medicamentos de alto custo, procedimentos de biópsia e até mesmo a perda do órgão e volta do paciente para lista de espera.

    A equipe do LIG é composta de cinco professores, envolvidos com a prestação de serviços, uma técnica de nível superior, três técnicos de nível médio e uma agente administrativa. Segundo Bahls, no momento, está sendo buscado maneiras de ampliar a equipe para conseguir cobrir o plantão de sobreaviso 24h/dia nos 365 dias do ano, conforme exigência da CET-PR. “Com a equipe que temos hoje conseguimos montar a escala de plantão, porém precisamos de pessoal para cobrir férias, licenças e, principalmente, para os períodos de recesso da UEM”, alerta.

    Autorização eletrônica de doação de órgãos

    Os cartórios de todo o País lançaram na semana passada um documento eletrônico que permite a oficialização da vontade dos cidadãos que querem ser doadores de órgãos. A partir de agora, quem desejar se tornar doador de órgãos poderá preencher a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo) em qualquer um dos 8,3 mil cartórios de notas do país. A emissão é gratuita e o preenchimento do documento on-line.

    As autorizações ficarão disponíveis em um sistema eletrônico e poderão ser acessadas pelos profissionais de saúde para comprovar o desejo de quem faleceu. O cidadão poderá autorizar a doação dos seguintes órgãos: coração, pulmão, rins, intestino, fígado, pâncreas, medula, pele e músculo esquelético.

    Iniciativa vai favorecer a doação de órgãos no Brasil. As doações de órgãos possibilitaram 9,2 mil transplantes no País, em 2023. O número representa aumento de 13% em relação ao ano de 2022.

    O Paraná manteve a liderança nacional em doações de órgãos em 2023, registrando 42,5 doadores por milhão de população (pmp). Em números absolutos são 486 doadores efetivos. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborado e divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) nesta semana. A média do Brasil foi 19,9 pmp.

    As doações de órgãos ocorrem somente após o diagnóstico da morte encefálica e precisam ser autorizadas pela família do doador, mesmo que o paciente tenha registrado em vida a vontade de ser doador. Todas as famílias dos potenciais doadores passam por uma conversa com as equipes de saúde para esclarecer dúvidas e receberem orientações quanto à possibilidade da doação de órgãos.

    O RBT apontou que o Paraná possui a menor taxa de recusa familiar para doação do Brasil. O Estado registrou 27% de recusa durante as entrevistas familiares, enquanto a média nacional foi de 42% no ano.

    A Central Estadual de Transplantes (CET) fica em Curitiba e é responsável pela coordenação das atividades de doação e transplantes em todo Estado. Além disso, conta com quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), na Capital, Londrina, Maringá e Cascavel. Estas unidades trabalham na orientação e capacitação das equipes distribuídas em 67 hospitais do Paraná, que mantêm Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).

    (Com informações da Agência Brasil e Agência Estadual de Notícias.)

    Foto: UEM

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